A primeira reviravolta: Episódio 1

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3 de agosto, 10:27 da manhã
Tribunal local.
Sala de espera número 2.

Cara... Eu tô super nervoso.

Era meu pensamento enquanto eu segurava a pasta com os arquivos do caso, o caso que estaria sendo discutido hoje no tribunal, engoli em seco sentindo a pasta de plástico deslizar na minha mão, aí caramba tô suando muito nesse terno, mas é o meu favorito.

Suspirei, ainda faltavam alguns minutos para que entrasse em seção e meu amigo, Mário butz fosse condenado por sua má sorte. Claro, ele nunca tinha problemas demais em suas costas, sempre tinha lugar pra mais um, e bem... Ser acusado de assassinato era um pouco demais até pra ele.

Joguei água em meu rosto, eu estava formado, então seria a melhor defesa para provar a inocência do meu cliente. Ele é inocente, sei disso. Foquei em minhas feições, revisei o caso a noite toda então talvez a olheiras fossem por isso, elas acompanhavam os olhos exóticos, um azul... e o outro castanho, no entanto aquele par carregava meu pânico; ajeitei a gravata avermelhada e passei as mãos nos cabelos usando meu clássico penteado para trás.

— Tá bonitão Phoenix, hora de explorar a verdade. O que é que eu tô dizendo?! Okay nada de pânico. Vai dar tudo certo. Eu acho...

Sai daquele banheiro confiante, mas no momento que pisei para fora o nervosismo voltou e eu me segurei na parede. . .Estava com dor de estômago...Puta merda.

— Phoenix? — A voz feminina elegante soou atrás de mim, engoli em seco me colocando na minha melhor postura. A mulher vestida classicamente, sorria com seu rosto tombado levemente para o lado, era a chefe do meu escritório.

— Ah! H-Hey chefe.

Mia Fey, era uma maravilhosa amiga e advogada brilhante. Sua elegância nas audiências era invejável, afinal eu desejava ter a mesma calma. . . Certeza que acabarei derrubando as evidências e coisas relacionadas aos arquivos. Ah cara minhas mãos estão suando.

— Oh! Fiquei tão alegre já que consegui chegar a tempo, Bem, tenho que dizer que estou impressionada... Afinal nenhum advogado pega um caso de assassinato de primeira. Tenho que dizer que isso mostra muito sobre você e... Seu cliente também. — Ela disse com sua clássica pose dos braços cruzados, uma fortaleza inabalável... Ao contrário de mim, que sentia como se meu corpo fosse ir ao chão logo... Não é hora de ficar com pena de si mesmo! Tenho que provar a inocência dele.

— Um. . .Valeu. Na verdade, é porque eu devo a ele um favor.

— Um favor? — Ela ergueu o rosto em surpresa, limpei a garganta arrumando a gravata avermelhada que tinha escolhido para aquele dia. — Quer dizer... Você conhecia o réu antes desse caso?

— Sim, na verdade devo meu emprego atual pra ele. Ele é uma das razões do porque eu me tornei advogado. . .

— Bem, essa informação é nova para mim! — Ela sorriu orgulhosa e parte de mim se sentiu aliviado com aquela conversa, claro que desde que entrei para o escritório tinha deixado de contar essa história.

— Eu quero ajuda-lo de qualquer forma que eu puder. Só. . .Tenho que ajuda-lo, devo isso pra ele.

— ACABOU! MINHA VIDA! TUDO! TUDO ACABOU! — Uma voz masculina gritou atrás de mim.

Eu até levei um susto tendo uma daquelas reações que o corpo reage por um instante, Mia olhava acima de meu ombro com curiosidade enquanto ficava em silêncio por alguns segundos.

— Aquele. . .Não é seu cliente gritando ali?

— Yeah. . .Aquele é ele.

— Morte! Desespero! Ohhhhh!!! Eu vou fazer! Eu vou morrer! — Os guardas tentavam o acalmar, enquanto Mia ainda se mostrava surpresa, mas agora preocupada.

Turnabout DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora