o outro lado do paraíso. 2

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Residência dos Edgeworth.

Eu nunca fui bom em me relacionar com as outras pessoas. Afinal, vivo em meu próprio mundo, e diferente do que a opinião alheia pensa... eu ainda prefiro ficar sozinho com meus pensamentos.

Meu avô era um oficial na polícia, lutava pela justiça nesse país e ganhou condecorações e homenagens, a minha mãe era um gênio, uma professora que ensinava com respeito. E meu pai, ele é meu herói.

Gregory Edgeworth, infelizmente ele precisa cuidar de mim sozinho. Mamãe ficou doente e foi em bora, ele diz que ela foi viajar, mas eu sou um menino inteligente eu sei que ela morreu, mas finjo ignorância pela sanidade dele. Ele trabalha pegando casos e raramente fica em casa, por isso...

— Hoje vamos comer... Er... Miles, desculpa, mas vou precisar pedir uma pizza hoje. — Eu o vi dizer enquanto coçava o pescoço após tirar o terno, envergonhado, claro que era comum que comêssemos comida de micro-ondas ou pedidas, afinal mamãe era uma ótima cozinheira... e meu pai, ainda se sentia desconfortável em ficar ali sem ela...

— tudo bem... — Eu sorri, poderia ter feito birra, mas aquelas horas antes que eu fosse colocado na cama, eram as únicas que eu podia passar com ele. Sempre fez questão de me cobrir, dar um beijo em minha testa e ler algum livro... mesmo que discutíssemos sobre meus gostos envolverem os livros de leis jurídicas de seu escritório.

Meu pai é um advogado de defesa, e eu poderia falar sobre todos os casos divertidos que já vi ele resolver, mas acredito que não temos tempo para isso no momento.

Acompanhei meu pai suspirar cansado, ele ligou e pediu a pizza, e ligou no jornal... Eu engoli em seco, respirei fundo me sentando ali a seu lado, lembrando das conversas animadas daqueles dois colegas de classe.

— pai... posso assistir um desenho? — Eu disse me sentindo envergonhado enquanto ele me olhava, segurei meu braço direito enquanto observava o piso e o tapete da sala.

— Isso é raro, normalmente você assiste comigo o jornal, é alguma ocasião especial? — Ele disse com um pequeno sorriso.

— N-n-não é que... es-esquece.

Ele trabalha demais, não preciso pedir nada... senti sua mão sobre minha cabeça, eu ergui meus olhos encarando os do meu herói, ele tinha um sorriso Alegre. Ele ergueu o controle na minha direção e eu segurei com cuidado. Estava feliz, eu me sentei no sofá e apertei o botão do canal.

A música animada e os detalhes coloridos dos três personagens diferiam das coisas que eu vira antes. Era... legal. Super legal!

— faz um tempo desde que vi você ficar tão feliz. Miles, você não é um adulto, e também merece ser criança.

— A-ah! F-falando n-nisso eu queria... adotar um cachorro. — Eu apontei pro canto da sala onde o pequeno filhote estava dormindo em cima de uma almofada.

— Nossa até mesmo meus super poderes de dedução não encontraram esse pequeno, vai ser bom termos mais um integrante na família. Já pensou num nome?

Ele disse Alegre, e eu sorri compartilhando a mesma alegria.

— Pess.

— Sério? — Ele ergueu uma sobrancelha e eu me irritei.

— Pess é um nome legal!

— Nunca disse que não era e, aliás, oque aconteceu para que agisse tão diferente do normal? — Ele disse se sentando e me aproximando de seu colo.

— Bem... hoje tivemos um julgamento de classe, e o réu era esse garoto que eu tinha certeza que era inocente, aí eu Gritei Protesto! E disse que não poderiam condenar ele sem evidências e ele ficou tão feliz e eu me senti como você. — Me apressei para dizer enquanto sentia a alegria no meu coração. Meu pai sorriu acariciando meus cabelos com orgulho. — Eu já me pareço com você então agora só falta virar um advogado de defesa!

Turnabout DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora