— Esta aberta a seção após o recesso. Senhor Von Karma, chame sua testemunha. — O juiz não demorou a dar a ordem pela influência do olhar de von Karma, os repórteres fotografando o ocorrido.
Respirei profundamente, meu nervosismo quanto aquele caso era inegável, eu sentia minhas pernas tremerem enquanto observava o homem com os cabelos grisalhos.
— Sim. Poderia Sheila Paixão subir a tribuna?
Von Karma disse e não demorou muito para que a moça do Black power surgisse ali, ela olhou ao redor, me deu um sorriso e um, joia e deu um aceno pro juiz, e ele se sentiu alegre e acenou de volta, um pouco de sua tensão se desfazendo.
— Sheila paixão, você é uma pesquisadora de qual universidade? — O meritíssimo perguntou com simpatia.
— Usp meu velho, lá dos confins brasileiros. — Sheila disse puxando sua manga e mostrando a tatuagem da bandeira brasileira em seu ombro.
— Bem isso justifica a péssima pronúncia do nosso idioma, pode começar seu testemunho sobre oque você viu naquela noite. E não adicione nada superficial ou subjetivo. Entendeu? — Von Karma elevou seu queixo observando a moça com arrogância. Sheila estava com uma feição irritada, ela parecia querer bater nele... eu não culpo, também quero.
— 'Cês tudo tem que aprender a ter educação. — Ela apoiou uma mão na tribuna e apontou com o indicador para o promotor. Karma não se deixou abalar com aquela frase, ele ergueu a mão negando com o indicador e cruzou os braços novamente.
— ENTENDEU? — Ele vociferou e eu me assustei, foi como se um demônio estivesse falando naquele tribunal.
— Y-Yeah, eu entendi, entendi. Calma aí coroa. — A negra gesticulou como se estivesse lidando com um animal selvagem, depois se abraçou e olhou para o juiz que limpava a garganta.
— Er, então pode começar com o testemunho. — O juiz disse.
— Era tipo, véspera de Natal sô. Pouco depois da meia-noite tio. Eu que lembro. Eu tava no carro. Aí eu ouvi esse "bang" vindo do lago, e mano se tem uma coisa que entendo é bala perdida. Aí quando olhei para fora da janela eu vi duas pessoas num barco, aí teve outro "bang". Tinha nenhum outro trem no rio se não o barquim. — Sheila disse apoiando as mãos na cintura e sorrindo abertamente.
— Já chega, é o suficiente. Juiz, ela acabou fotografando o incidente. Essa é a foto, aceite como evidência. — Ele disse mostrando a foto ao senhor barbudo, ele deu uma olhada.
— Mas nossa, parece que foi o momento em que tudo aconteceu. -Quando a foto foi mostrada na tela, todos presentes começaram a conversar sobre sua surpresa, mesmo que ambas as pessoas no barco estivessem longe demais para serem identificadas. Assim o juiz bateu deu malhete. — Ordem! S-será expulsa a pessoa que perturbar a ordem desse julgamento!
— Como a testemunha nos contou, ela olhou pro lago no momento que ouviu o disparo, e não tinham os outros barcos no lago. Então, o homem presente no barco com a vítima deve ser aquele que disparou. — Ele estralou os dedos novamente. — O réu, Miles Edgeworth! Bem, juiz, declare o veredito.
Manfred Von Karma sorriu abertamente na direção de Miles, o réu ficou tenso e abaixou a cabeça. NÃO!
— Sim, a evidência é... decisiva. Tenho muito poucas dúvidas quanto a esse caso. — Ele bateu o malhete. E eu senti minha alma saindo do corpo. — Enfim, esse júri declara o réu como...
Era justamente oque eu não queria ouvir, eu engoli em seco observando Von Karma que observava uma vitória. Bati minhas mãos na bancada e gritei com toda a força:
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Turnabout Destinies
Mystery / Thriller𝑻𝑼𝑹𝑵𝑨𝑩𝑶𝑼𝑻 𝑫𝑬𝑺𝑻𝑰𝑵𝑰𝑬𝑺- 𝑨 𝑺𝒂𝒈𝒂 𝑷𝒉𝒐𝒆𝒏𝒊𝒙 𝑾𝒓𝒊𝒈𝒕𝒉 | ❞ Ele era um reflexo do garoto que um dia eu conheci, seus olhos cinzentos e o pequeno sorriso sarcástico eram apenas uma sombra. . .A distância era como um abismo. Que...