o outro lado do paraíso: 3

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Eu me peguei me sentindo confortável com essa luz, sensações que não conseguia compreender. Você sempre gritava meu nome correndo atrás de mim, me abraçava mesmo eu reclamando, aparecia na porta da minha casa pedindo pra irmos brincar.

Até me convidou para ir conhecer a casa na árvore que ganhou de aniversário.

— Taram! Minha mãe que construiu! Ela é muito talentosa com essas coisas! — Phoenix disse com animação enquanto apontava para a casa de madeira construída em cima da árvore de seu quintal, Mário me encarou e sorriu animado.

A escada não parecia nada segura, se alguém caísse e se machucasse, demoraria para chamar qualquer adulto, suspirei vendo Mário praticamente voar escada a cima para aquela casa. Phoenix subiu logo depois enquanto eu tentava me assegurar de não cair ou derrubar meus livros.

Nas paredes daquela rústica casa de madeira haviam pôsteres de super-herói, uma espécie de rede caída próxima a almofadas provavelmente roubadas, alguns potes com insetos e muita bagunça. O teto se misturava com as folhas da árvore, e apesar de meus passos fazerem barulhos irritantes deixei minha mochila ali ao lado.

— Então? Só não repara na bagunça. — Mário perguntou impaciente. — terminou de fazer a análise geral?! Você é tão chato, não devia ficar reparando no nosso palácio.

— Parece um escritório privado. — Comentei observando melhor brinquedos e figuras de ação jogadas, Mário já estava comendo um dos pacotes de bala que escondera por ali.

— É tipo nosso super esconderijo secreto! Tipo o 'laser'-Man! — Observei enquanto Mário fazia poses com os doces na boca, ele tentava fazer efeitos sonoros, mas falhava constantemente babando pela boca cheia, tenho certeza que fiz uma careta.

— Oque interessa é que não vai cair! — Phoenix disse alcançando um de seus quadrinhos e o abrindo, seu sorriso Alegre contagiava qualquer um. — Então oque achou?

— É... charmoso? — Comentei e Mário bateu na própria testa.

— charmoso é oque a minha avó fala quando vê desenho de unicórnio! — Após isso aquele garoto problemático, Butz, caiu na gargalhada, me senti constrangido.

— Para de graça Mario! — Phoenix jogou a almofada no barulhento e ele fingiu um desmaio. — Agora depois da escola podemos passar o nosso tempo aqui!

E virou uma tradição, todos os dias era comum que aqueles dois garotos me arrastassem para aquele lugar, além dos quadrinhos, minha contribuição para a casa na árvore foram meus livros para tal aquisição. A atenção de phoenix era presa enquanto eu lia em voz alta as aventuras da ilha do tesouro, seus olhos brilhavam com os aventureiros que estavam contidos nas páginas de minha coleção. Mário apenas suspirava tentando prestar atenção, reclamando do vocabulário extenso.

Mário acabou entrando em uma discussão, um dia, sobre não ter autorização de phoenix para trazer uma garota pra brincar. Eu buscava ignorar aquelas aproximações fúteis que tentavam me convencer a tomar partido do seu lado da discussão, eu me mantinha imparcial...

Phoenix Wright, um dia teve a brilhante ideia de trazer seus jogos de tabuleiro, finalmente animado em ter com quem brincar. No entanto, os dois decidiram que nunca mais iriam jogar banco imobiliário comigo, que culpa tenho se tinham que pagar pelas hospedagens em meus hotéis? Jogos de cartas eram piores ainda, especialmente uno... Mário gritava e phoenix chegou a um dia dar um, tapa nele, eu também apanhei, mas a briga foi interrompida pela senhora Wright.

— Se eu ouvir choro Nicky os três vão apanhar! — aquela moça conseguiria até assustar meu pai com aquele olhar. Phoenix era extremamente parecido com ela, os cabelos negros e o sorriso eram idênticos. E claro, um dos olhos dele, seguia a coloração azul dos dela.

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