Depois da tempestade.

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Depois de uma tempestade vem a calmaria, e olha só pra mim. Estou tomando conta de um escritório que agora tem o meu nome, e pensar que nem completou um ano depois que eu me formei, e agora ela não estava mais por aqui. E bem, vamos ver...

Aquele escritório tinha tantas memórias, quando Mia encontrou o lugar estava praticamente aos pedaços. Chegamos com sonhos de justiça, e enquanto eu estudava para terminar a faculdade e fazer o meu exame, ela separava do tempo dela para me ensinar.

Setembro 15, 10:00 da manhã.
Wright & Co. Escritório de advocacia.

Agora aquela sala era minha, claro que as coisas quebradas tinham sido re-organizadas para essa nova fase do escritório, a Bluecorp, tinham entregado uma enorme quantia para cobrir os danos e está sob nova direção. Charley, a pequena planta foi movida para dentro do meu escritório, uma memória viva de Mia. A estante com os livros sobre justiça e sistema criminal, continuavam na prateleira atrás da minha mesa, que eu tinha começado a organizar e desistido no meio do caminho, o caderno de rascunhos estava caído ali após alguns desenhos que eu fiz do ambiente do escritório. E eu ainda estava tendo um pouco de dificuldades em ser um chefe, mesmo que eu praticamente não tenha nenhum empregado, bem... tirando a Maya, mas ela apenas me ajuda por vontade própria...

Eu suspirei, precisava de um café, com toda a emoção de alguns dias atrás eu nem sequer pude pensar no que farei agora, foi quando abri a porta para voltar a sala principal do escritório. Maya estava sentada encarando a insígnia da advogada que não estava mais entre a gente, ela suspirou com pesar e eu limpei a garganta a fazendo perceber a minha presença.

Ela instantaneamente ficou vermelha se atrapalhando para esconder, como um tomate, eu ergui a mão para cobrir minha risada mesmo que falhasse... Maya era uma garota bem peculiar, estava em posse do apartamento de mia por isso estava na cidade... porém... ainda tinha um estilo exótico demais pra essa selva de concreto, praticamente uma fantasia ambulante.

- Para de rir Nick! Eu levei um susto! Devia cantar desde o corredor pra eu saber que esta vindo.

- Passo, não sei cantar, mas sei tocar.

- Sabe tocar algum instrumento?! - Ela praticamente pulou na minha direção enroscando o pé no sofá e caindo de joelho no chão, Jesus amado, alguém me dê paciência. Fui até ela passando seu braço pelo meu ombro para a erguer e a colocar sentada no sofá.

- Sei, você ralou o joelho. - Contei na maior naturalidade enquanto examinava o pequeno corte.

- que?!?!?! Qual?!

- Não é importante Maya, olha... como... nos estamos com muito tempo livre, eu achei uma boa ideia sair pra comprar uma bicicleta, e quem sabe da para comprar umas roupas normais pra ti também. - Disse enquanto dava uma última fiscalizada no machucado, não estava sangrando, contudo ficaria roxo pelo impacto. Foi quando ela agarrou meus cabelos os puxando.

- AIAIAIAIAIAIAI MAYA!! - Eu segurei os pulsos dela tentando separar suas mãos de mim.

- Minha cultura é normal! RETIRA OQUE DISSE!

- Sua cultura é normal!! Eu retiro! Perdão! - Ela soltou meus cabelos e eu me afastei o mais rápido que pude... isso já não aconteceu antes? As semelhanças entre essas duas são tantas.

- Mas Nick, se você me comprar um podrão da dona Rita lá no centro eu vou aceitar algumas roupas "normais".

- po... podrão? Tá bom, vamos lá.

Setembro 15, 12:30 da tarde.
Centro da cidade.

- Então... você pode ver o futuro? - Perguntei a observando puxar uma daquelas camisetas xadrez do cabideiro, ela colocou em cima de mim como se buscasse alguma combinação, ela concordou e colocou sobre meu ombro. - Isso é pra mim?

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