Reviravolta das despedidas. 10

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O senhor terminou de falar e olhou para trás, em um poleiro, um papagaio de penas avermelhadas agitou suas asas, era um animal muito bonito. O vermelho de suas penas começava a se transformar em um belo tom de amarelo nas extremidades das asas, e nas pontas da calda um azul-claro podia ser visto.

— “Olá, Olá.” Currupacu. — A passará disse agitando suas asas como se indicasse que iria voar.

— Gabriel! Deixo o “miojo molhado” nas suas mãos capazes. — O senhor disse puxando minha mão e colocando um dos “cookies”, eu estava tão confuso que nem sequer notei Maya roubando meu doce para comer. — Isso é um alívio não é Nilce?

Mas ele caiu no sono, avaliando as evidências atuais… acredito que ele esteja falando dos filhos dele, e do restaurante. Acredito que ele está aliviado com a “presença dos filhos” me sinto mal por um senhor dessa idade ter sido abandonado. Olhei pro meu lado onde Maya já não estava mais lá, ao contrário. Agora ela estava na frente do papagaio o examinando com o olhar.

— Nossa, que papagaio bonito. Boa tarde. — Maya disse com um sorriso, mas o papagaio ficou em silêncio. — Oi! Ela está me ignorando…  

— Hã? Ah, você esqueceu Letícia? Tem que chamar ela pelo nome, Nilce! Como você está? — O senhor acordou após quase escorregar da cadeira, ele disse ainda sonolento.

— “Bem, bem!” Currupacu! — O passarinho respondeu agitando as asas.

— Que legal! Ela sabe falar outras coisas além de olá. — Maya disse aproximando sua mão com cuidado do passarinho, de início ela ficou um pouco arisca, porém logo deixou a acariciar com o indicador.

— Ela fala bastante, só precisa saber das palavras secretas… ack! Minha memória tem estado muito ruim ultimamente. Por isso falo tudo de importante para a Nilce.

— Ah! É? Nilce? Qual a senha do cofre que tem em cima da televisão? — Maya disse em um sorriso meigo, mas com um significado diabólico, eu estava me deliciando com aqueles doces.

— “2812!” Currupacu.

— Silêncio Nilce! Meus segredos! — O velhinho agitou suas mãos em um drama, logo após ele deu uma longa gargalhada.

— Heh, viu Nick? Tudo oque precisa é um pensamento minimamente inteligente. — e uma mente diabólica. — Anota o número!

— Não me envolve nos seus esquemas e roubos não! Deixa eu em paz me alimentando.

E novamente aquele senhor caiu no sono, eu neguei com a cabeça após limpar minha boca, não podíamos desviar muito do caminho da investigação. Puxei a parte do meu terno onde a insígnia que indicava o meu trabalho estava, eu cutuquei o homem e ele acordou.

— Isso não é uma insígnia de advogado?

— Sim ela é! — Eu não acredito! Esse, cara é o primeiro a reconhecer minha insígnia sem eu precisar mostrar na cara!

— Entendi… você não é o Gabriel! — Ele disse irritado enquanto erguia o punho me ameaçando, mas apenas ficou balançando ele levemente para assustar.

— Hm… senhor, eu não sou o Gabriel. Estamos investigando um assassinato que aconteceu no lago ontem a noite. — Eu disse aproveitando essa oportunidade, ele abaixou o punho e olhou para o teto e depois para a janela onde dava para ver o lago.

Turnabout DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora