Reviravolta das despedidas. 16.

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27 de dezembro.
Delegacia local.
Sala de arquivos.

—Empoeirado como sempre... — Maya disse sorrindo.

As prateleiras de arquivos se erguiam em um fino corredor, as lâmpadas, algumas queimadas, piscavam tentando manter aquela sala iluminada enquanto eu e a médium nos movimentávamos entre as nuvens de poeira. 

— Estivemos aqui ontem, tenho certeza que não tiveram tempo para limpar.

Olhei ao redor, tudo ditava um ambiente sombrio, como se eu estivesse indo em direção a uma armadilha, meu instinto dizia para fugir..., mas não poderia obedecer agora. Mas o vazio daquela sala devia ser reconfortante não é? Aquele homem era um ser demoníaco. 

— Tem algo errado Nick? — Maya me tirou do meu transe, talvez eu tenha ficado quieto por muito tempo. Dei um sorriso fraco, falso pelo meu próprio bem.

— Nada, só estava notando que ele não está aqui. 

Eu disse e observei a gaveta entre aberta, como se alguém tivesse a esquecido de fechar, eu me aproximei, Maya olhou melhor. 

— Huh? Essa gaveta está aberta. — Maya a puxou observando o conteúdo desaparecido, vazio com algumas teias de aranha. Alguns arquivos selados estavam organizados ali, no entanto, uma enorme caixa estava os separando e estava vazia. 

— Alguém devia estar olhando dentro dela recentemente... 

— A plaquinha diz: “evidências de casos não resolvidos.” — Maya disse enquanto puxava a gaveta observando algumas caixas com evidências, foi quando ela arregalou os olhos. — As evidências do Dl-6... a caixa está vazia...

— O-oque...? -Eu observei a caixa de papelão que tinha sua tampa jogada ao lado, completamente vazia.

Foi quando eu ouvi passos atrás de mim, eram pesados, e a madeira batendo contra o chão era agonizante. Meu corpo travou, eu pensei que ele não estava aqui, essa é a primeira vez que sinto que... preciso correr. Respirei fundo observando Maya que tinha as mãos trêmulas enquanto fechava a gaveta. Os passos pararam atrás de mim e eu engoli em seco. 

— Oque você faz aqui? — A voz grave como um trovão ressoo, me virei encarando Von Karma com uma maleta em uma das mãos, se apoiando em sua bengala com a outra... 

— v-v-von Karma! — Maya gritou assustada pulando atrás de mim, como se eu fosse um ótimo esconderijo. 

— desculpe quem são vocês? — Ele disse calmo, mas seu olhar mostrava um enorme desprezo por maya, eu senti vontade de dar um soco nele, e depois aquele desprezo veio para mim. 

— Huh?! Como assim moço?! Vemos todos os dias! Somos a equipe de defesa do Miles Edgeworth! — Maya disse e eu senti ela puxando a parte de trás do meu terno para ajudar seu esconderijo.

O ambiente ficou mais pesado quando um sorriso pequeno apareceu nos lábios do homem.

— Oh! Lamento, mas raramente me lembro de advogados de defesa..., mas você, ah... a criança que mostrou um gesto vulgar, seus pais têm vergonha daquele comportamento disso tenho certeza. — Ele disse erguendo o rosto e eu ouvi Maya fungar atrás de mim como se segurasse o choro. — A defesa são como insetos para mim, meras coisas para se pisar. 

O olhar arrogante... agora entendi da onde o Miles tirou isso... 

— um... o senhor Edgeworth era seu estudante não é? — Maya disse se inclinando para aparecer no campo de visão dele. 

— … -O sorriso desapareceu mostrando a seriedade. — Um romântico que não poderia abandonar seu lado amador. Assim como o pai, segunda categoria. 

Turnabout DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora