Reviravolta das Despedidas. 18

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Não demorou muito para que enfim o guarda surgisse com uma gaiola em mãos, onde o pássaro vermelho se agitava por estar em um novo ambiente. O guarda arrumou um poleiro sobre a tribuna e deixou o papagaio enfim sair. Ela olhou ao redor torcendo o pescoço e logo voltou a agitar suas penas.

— Realmente… é um pássaro. Poderia nos contar seu nome? — O juiz disse calmamente, mas nem sequer obteve uma resposta. — Nome! — Recebendo silêncio de novo, ele fez um bico. — A testemunha está me ignorando. Enfim, nos conte quem é seu dono! 

Deve doer ser ignorado por um pássaro. 

— “Olá olá” Currupacu. — O pássaro agitou suas asas logo depois começando a limpar suas penas com o bico.

— Esse foi o testemunho mais breve que eu já ouvi na minha vida pode inquirir. — O juiz disse tentando sorrir para acalmar o clima. Okay… não acredito que estou fazendo isso…  

— Nick oque você vai fazer? — Maya mordia a unha de seu polegar enquanto tentava conter sua ansiedade.

— Sendo honesto? Não faço ideia… fala com ela, da última vez ela te respondeu… melhor que diga qualquer coisa fora olá. Enquanto isso vou procurar alguma informação nos autos do processo. 

— Hm… Okay. Er… qual seu nome? — A médium perguntou apreensiva, parte dela não acreditava que o pássaro iria responder.

— “Nil-ce.! Nil-ce!” Currupacu. 

Enquanto passava pelos arquivos… foi quando me lembrei, onde li esse nome antes? Claro, a noiva de Yogi… busquei a enorme pasta com o arquivo do caso, finalmente achei o parágrafo. 

— Senhor Wright, acredito que já tenhamos estabelecido que o nome desse papagaio é Nilce. Tem alguma relação com a identidade da testemunha? — O juiz perguntou, talvez toda a situação envolvendo um depoimento de um pássaro. 

— Sim meritíssimo. — Sorri envergonhado coçando minha nuca.

— Nick! Você não pensa que está levando seus blefes muito longe?! — Maya me deu um leve empurrão.

— Escuta, não estamos aqui para responder à pergunta: “quem é o senhor?” Estamos aqui para provar. E existe uma ligação sobre esse nome e o Yogi. Meritíssimo, a evidência que comprova isso é… toma essa! O arquivo do caso dl-6! Página três, informações do acusado. — Passei os arquivos para que o juiz pudesse ter uma visão clara do meu ponto de argumento, eu respirei fundo. — Logo após sua prisão, sua noiva, Nilce Souza cometeu suicídio. Qual o nome do pássaro?

— Bah! Isso é uma coincidência meritíssimo! Minha filha tem um gato, me diga, se ela tivesse dado o nome do animal de Phoenix iria significar que ela estaria em uma relação romântica contigo?! Isso faz de você o noivo dela?! 

Olha juro, que espero que seu genro seja o total contrário da sua filha, e que isso faça ela desafiar você seu babaca. 

— Entendo. Sozinho é mesmo uma evidência bem fraca. Precisaríamos de mais para dar suporte a sua alegação. — O juiz disse batendo seu malhete. 

Onde diabos vou encontrar isso?! Calma, estamos chegando perto, só mais uma. Ah! O número do cofre! Coincide com a data do caso, eu falei para maya e ela perguntou ao pássaro a senha do cofre. 

— “2812… 2812” Currupacu. — Nilce bateu suas asas ameaçando iniciar voo. 

— Aí está sua nova evidência, abra o arquivo nas informações gerais, esses dois números, são o dia e o mês em que o caso Dl-6 aconteceu. — Apontei na direção de Von Karma, o pássaro voou até pousar sobre meu braço, agitando suas asas. Puxei com cuidado meu braço para não a machucar. 

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