A Reviravolta do samurai. 3

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Estúdios Global.
Área dos funcionários.

— Nick! Aqui é onde eles fazem todas aquelas coisas por trás das cenas!! AAAAAA! — Maya estava segurando meu braço enquanto o balançava quase me fazendo perder meu equilíbrio. — Olha! Ali é o camarim do Ferraz.

— Você pode parar de surtar como uma fangirl por cinco minutos Maya? Meu braço precisa de descanso. — Eu disse enquanto ela continuava me apertando, mas eu ficava um pouco feliz por aquelas reações. Mesmo que tivesse dezessete anos, seu enorme sorriso e olhos brilhantes se assemelhavam ao comportamento de uma criança, me sentia um pouco responsável por ela.

— Hah! Como se eu pudesse! Eu quero tirar foto com tudo. — Maya disse puxando seu celular e começando a seção de fotos. Suspirei sentindo aquele ar fresco, e decidi dar uma olhada ao redor.

Aquela área era aberto ao sol, o camarim logo ali ao lado, com uma máquina daquelas de salgadinhos que era normal ver por aí, eu até cogitei pegar um pacote para mim, mas sem qualquer troco na minha carteira. Um balcão trancado estava na minha reta, provavelmente guardavam as câmeras e objetos de cena ali, a onde eu e Maya estávamos era possível ver algumas mesas de madeira, aquelas que são dobráveis e fáceis de carregar, assim como as cadeiras que algumas estavam posicionadas contra a parede em um armazenamento.

Sobre as mesas tinham alguns pratos de plástico, alguns empilhados em uma delas, e na outra, dois pratos do que parecia ser costelinhas, afinal os ossos ainda estavam presentes como evidência do almoço. Eles nem limparam os pratos, direito, eu até fiquei tentado em jogar e organizar aquelas cadeiras, porém como os policiais ainda passavam por aqui, contive essa vontade.

A esquerda, no muro, alguns painéis e luzes estavam apoiados, os desenhos de cenário eram antigos, provavelmente raramente eram usados, mas eram artes muito agradáveis aos olhos.

— nossa Nick! São tão bonitas né! Queria poder desenhar assim.

— São mesmo, mas você pode aprender a desenhar assim se treinar... — Eu estava encarando a bela paisagem com flores de cerejeira, ela tinha as bordas um pouco riscadas, como se tivesse estado em tantos lugares que agora só tinham as marcas para contar história.

— Sabe desenhar Nick? — Maya dizia enquanto tirava uma foto minha olhando a paisagem, eu neguei com a cabeça, vai tirar foto avisa, quero aparecer no meu melhor lado. Mas voltei a examinar entre os painéis, encontrei uma bicicleta.

— Sei, fiz faculdade de arte por uns três anos... — Eu disse enquanto examinava uma bicicleta, então meu olhar foi a uma espécie de duto na parede, ele era bem pequeno, porém uma criança poderia passar... acredito que a Maya não conseguiria passar por ali pela altura dela, ainda só consigo ver ela como uma criança.

— que?! Pensei que você já tinha feito a de direito primeiro. — Ela disse se debruçando atrás de mim e jogando um pouco de seu peso sobre minhas costas, eu apoiei na parede para evitar uma queda repentina.

— Longa história. Olha esse duto. — Eu indiquei com o olhar e ela desviou a atenção para observar aquela saída de ar.

— Acho que vi um parecido escondido lá no muro perto do portão principal. Eu quero ouvir a história longa Nick! — Sua atenção desviou rapidamente enquanto ela começava a dar tapinhas em meus ombros.

— Não vou contar durante o caso. Vamos examinar o camarim. — Eu disse me erguendo e a vendo se afastar, passei por ela enquanto bufava irritada com as bochechas vermelhas, eu sorri afinal era bem fácil irrita-la, eu segui até o camarim abrindo a porta.

— Primeiro as damas. — Eu fiz uma reverência como um daqueles lordes em histórias e ouvi uma risada, Maya puxou a barra da saia para o lado e fez uma reverência.

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