Acho que sempre pensei em ser o último do nosso grupo a se casar ou ter um filho, até porque sou um dos mais novos entre aqueles caras jurássicos. Ok, exagerei, mas eles são todos mais velhos. E por achar que eu seria o último, não pensei que teria uma festa de despedida tão cedo na vida.
Realmente cedo, aos dezenove anos.
Três semanas antes de eu viajar para Seul definitivamente, para não perder os eventos antes dos estudos no meu primeiro semestre no curso de artes visuais, em novembro, Hansol deu a ideia de fazer um almoço simples em casa mesmo. Chamar os meninos e passar o dia com eles.
Mas aconteceu bem mais que isso, como esperado por nós.
No último final de semana que eu passaria em Jeju, combinamos de passar o fim de semana juntos, o que rendeu uma bagunça na minha casa. Sábado à tarde eles já tinham se apossado da minha humilde residência e pedimos pizza, fizemos uma noite de jogos digna de muitas brigas - porque minha mãe é simplesmente sortuda demais e venceu todos -, apostas, umas boas garrafas de soju e muita risada.
Dormimos bem tarde, todos espalhados pela sala com os colchões e cobertores e travesseiros que trouxeram de casa, porque não tenho nada disso, e acordamos quebrados no domingo.
Mingyu jurou que sabia cozinhar e que o almoço seria por sua conta, nós só teríamos que assar a carne na churrasqueira no lado de fora. Só tínhamos uma função e éramos quinze, contando com a minha mãe. Nos distraímos no karaokê e depois no jogo de cartas e simplesmente deixamos uma peça inteira de carne virar nada mais que uma pedra preta, talvez mais escura até do que o próprio carvão que colocamos para fazer fogo.
Sorte que tínhamos muito mais para assar.
No início da bagunça, não estávamos vendo tanto como uma despedida, até porque eu ainda ficaria ali por mais três dias, mas quando o dia foi chegando ao fim, aquele pequeno aperto do peito foi vindo junto.
Passei a observar todo mundo ao redor nas cadeiras, no sofá de balanço no quintal e como eles estavam animados, brincando, nem parecia ter passado tanto tempo. Evoluímos tanto que chega a dar uma alegria ao mesmo tempo que dá a sensação de nostalgia.
Cresci com Jeonghan e agora ele está morando junto com as duas pessoas que ele mais gosta no mundo, pagando aluguel, trabalhando, cursando a área que sempre quis e a vida já está praticamente encaminhada. Seungcheol descobriu o lance dos dois e, surpreendentemente, ocasionou num relacionamento à três meio desastroso ao que Joshua aceitou meio perdido. Imagino. Não soube ainda a história completa, acho que ninguém sabe ainda como aconteceu, mas quando eles estiverem estáveis, o assunto virá à tona num encontro qualquer.
Mingyu contou pro Wonwoo que gostava dele na noite de ano novo e meio que levou um fora, mas na festa de aniversário do Changkyun eles ficaram escondidos da gente. Eu os vi e não contei pra ninguém, nem para eles, mas eu sei. E o que aconteceu depois disso ninguém sabe, talvez estejam juntos até hoje escondidos ou tenham decidido se afastar, quem sabe. Os dois conseguiram um trampo, Wonwoo numa rede de atendimento - o que é irônico, já que ele odeia falar com as pessoas -, e Mingyu num supermercado.
Depois da minha festa de aniversário do ano passado, Junhui passou a andar com a gente e parece que sempre esteve no nosso grupinho. Minghao e Jun ainda estão juntos, mesmo quando Minghao passou uns meses na China, quando voltou, ainda estavam tão bem que parecia até mentira. Minghao também cursa artes cênicas e Jun começou a fazer dança no segundo semestre desse ano.
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All the things I would never do
FanficSeungkwan nunca foi uma pessoa muito adepta a surpresas ou a fazer coisas novas. Aos dezesseis anos, sua maior aventura tinha sido ir para a escola sem dormir e ficar 24 horas acordado. Definitivamente amava sua zona de conforto, então Boo tinha cer...