Gift puppy

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Acho que depois dos ocorridos inesperados na viagem - o pedido de namoro e meu desmaio repentino 10 metros acima do chão -, nada muito diferente aconteceu, além do fato de termos caído em salas diferentes no terceiro ano.

Nada aconteceu até maio, pelo menos. Foi quando meu ano iniciou de verdade.

Numa tarde de domingo após o almoço, Hansol me mandou uma mensagem pedindo para nos encontrarmos numa cafeteria nova no bairro e pediu para que eu me preparasse mentalmente para algo. Me preocupei e fui o caminho todo com medo de chegar lá e receber uma má notícia. Fui pensando em sua família, nos meninos e nele, sem imaginar o que poderia ser.

Mas não era nada ruim.

Assim que virei a esquina, dei de cara com o Hansol sentado do lado de fora do estabelecimento com um cachorro em seu colo e um sorriso no rosto.

ㅡ Woah, que fofo! É seu? ㅡ sentei na mesa com um sorriso enorme e encantado com a cena do Hansol com um filhote no colo, ambos alegres também.

ㅡ Oi para você também, estou ótimo, e você? ㅡ respondeu sarcástico, sorrindo e revirei os olhos. ㅡ A cachorrinha da minha tia deu a luz à seis filhotes e meio que ela não ia dar conta de cuidar de todos...

ㅡ Ah, mas ele é tão lindo ㅡ afinei a voz sem perceber e estiquei para fazer carinho no filhote, recebendo a agitação e alegria deste enquanto se esfregava em minha mão em busca de mais carinho, como se não quisesse que parasse mais e eu não conseguia conter o sorriso bobo no rosto. Animais são o meu ponto fraco. ㅡ Ele tem nome?

ㅡ Ainda não ㅡ ele esticou os braços e me entregou o cachorrinho antes de levantar. ㅡ Vou pedir um pedaço de bolo, você quer também?

Acenei com a cabeça sem prestar muita atenção, ainda distraído rindo com o cachorrinho de pelos brancos me lambendo.

Ele nem perguntou mais, acho que eu realmente me ausentei por um tempo e não prestei atenção ao meu redor, tanto que só notei que estava rindo feito um bobo porque o filhote tinha sorrido e mostrado seus dentinhos caninos quando Hansol já estava de volta com um pedaço de bolo de limão e outro de chocolate.

ㅡ Obrigado.

Eu sei que não é muito higiênico comer com cachorro no colo e tal, mas era só um filhotinho e eu juro que estava com receio de colocá-lo no chão de tão frágil que ele aparentava ser. Além de ter acabado de sair de um pet shop, já que tinha um lacinho na cabeça e cheirava a perfume de bebê.

Depois que acabei de comer, voltei a fazer carinho nele e num momento em que Hansol e eu nos calamos. Não vi quando ele ergueu o celular na altura do rosto, apontando para mim e só percebi quando um "click" alto soou entre nós. Hansol tinha tirado uma foto minha.

ㅡ Ei! Apaga! ㅡ pedi com tom de ameaça e ele apenas sorriu para tela do celular.

ㅡ Nunca, vocês estão muito fofos. Dizem mesmo que os pets se parecem com seus donos.

Minha mente travou e demorei uns cinco segundos apenas olhando para ele, que tinha um sorriso contente nos lábios.

ㅡ Mas o cachorro é seu, ué ㅡ eu disse rindo, meu raciocínio funcionando a manivela e ele negou.

ㅡ Eu nunca disse que era meu ㅡ o sorrisinho arteiro em seu rosto apenas aumentava conforme me confundia mais. ㅡ Quando ela disse que a cachorrinha tinha dado cria, logo lembrei de você. Você pode ver com seus pais e pegar ele comigo depois, eu não sei, mas é seu.

Ele parecia tão contente quanto eu, quase que a ficha não caiu. Só sei que a minha reação não foi nenhuma outra além de levantar, abraçá-lo e agradeci umas vinte vezes sorrindo e o filhote continuava empolgado entre nós.

Naquela tarde, quando saímos de lá, ainda passamos pela tão conhecida praça e compramos um brinquedo para o cachorrinho que, em menos de um mês de vida, já esteve em três casas diferentes com diferentes donos.

ㅡ E que nome você quer dar pra ele, Boo? ㅡ assim que meu apelido saiu pela boca dele, o cãozinho que estava deitado e quieto em meu colo levantou-se e latiu. ㅡ Hm, ele gostou de Boo.

Outro latido e seu rabo já abanava contente novamente.

ㅡ Não acredito nisso ㅡ ainda rindo, segurei o filhote em minhas mãos e o olhei de frente. ㅡ Eu vou escolher um nome bonito pra você, neném. Quem sabe Billy? Jimmy? Max? Floquinho? ㅡ fui prontamente ignorado pelo dog que apenas me olhava, como se também esperasse por um nome que fizesse seu gosto.

ㅡ Boomie ㅡ a voz grossa do Chwe se perdeu em sua garganta e uma voz de criança saiu de sua boca, chamando-o e sendo prontamente atendido. ㅡ Boomie, vem cá, garoto ㅡ bateu suas mãos em suas coxas e foi dito e feito. O cão deixou meu colo e, meio cambaleando, seguiu a curta distância entre nós no banco e aconchegou-se no do Hansol. Foi uma batalha perdida mesmo.

Apesar de eu ter tido medo de chegar em casa e meus pais mandarem eu devolvê-lo, eles simplesmente não acreditaram que eu tinha voltado com um cão. No início, eles fizeram muitas perguntas e pareciam relutantes em deixá-lo comigo, alegando que eu não cuidaria, que seria responsabilidade deles de toda forma e deram muitos outros motivos, mas acabaram notando o quanto eu queria cuidar daquela bola de pêlo pequena e indefesa, então deixaram.

E se quer saber, hoje Boomie é o xodó deles.

Mas, falemos sério, quem espera ganhar um cãozinho assim, do nada? Sempre quis ter um animal de estimação, mas nem sequer cheguei a comentar isso com meus pais e, talvez por isso, nunca que eu imaginaria que eu ganharia um cachorro de presente, tão de repente assim, mas já que aconteceu de uma coisa se encaixar na outra, só tenho a agradecer à tia do Hansol que deixou e ao Hansol que lembrou de mim, porque Boomie também me é muito especial e não me vejo mais sem ele me lambendo de manhã e mijando no tapete.

All the things I would never doOnde histórias criam vida. Descubra agora