Onde esta história volta para o Sr. Fagin e companhia
Enquanto isso, o Sr. Fagin estava sentado no esconderijo, meditando sobre um fogo fumacento.
Na mesa atrás dele, estavam o Trapaceiro Astuto, Charles Bates e o Sr. Chitling. Os três jogavam uíste10: o Trapaceiro jogando contra a dupla Mestre Bates e Sr. Chitling.
Charley Bates, tendo uma natureza mais excitável, dedicava-se mais ao gim com água, além disso, mais afeito a brincadeiras e observações irrelevantes altamente inconvenientes para um jogo calculado.
– Nunca vi um camarada como você, Jack – falou o Sr. Chitling sério, enquanto tirava meia coroa do bolso. – Ganha tudo.
Fosse o tom ou a forma dessa observação, que foi feita de modo triste, divertiu tanto Charley, que sua crise de riso despertou o Judeu de seus devaneios e levou-o a perguntar qual era o problema.
– Problema, Fagin? – gritou. – Queria que estivesse vendo o jogo. Tommy Chitling não ganhou um ponto.
– Ah! – falou Fagin com um sorriso. – Tente novamente, Tom.
– Silêncio! – gritou o Trapaceiro. – Ouvi a sineta. – Pegou a luz e subiu cuidadosamente.
A sineta tocou novamente com certa impaciência, o Trapaceiro reapareceu e sussurrou algo para Fagin.
– O quê? – o velho gritou. – Sozinho? Onde ele está?
O Trapaceiro apontou o andar de cima e fez um gesto como se fosse sair da sala.
– Sim – falou Fagin respondendo à pergunta muda. – Traga-o para baixo. Quieto, Charley! Calma, Tom! Afastem-se!
Essa rápida instrução foi obedecida imediatamente. Não havia qualquer som no aposento quando o Trapaceiro desceu a escada, seguido por um homem vestido como um lavrador, e que, após olhar em volta, tirou o grande manto e revelou as feições de Toby Crackit: sujo, desfigurado e barbudo.
– Como está, Fagin? – perguntou, puxando uma cadeira para perto do fogo. – E não me olhe desse jeito. Não posso falar de negócios antes de comer e beber!
O velho fez sinal para que o Trapaceiro colocasse na mesa o que houvesse para comer e, sentando-se no lado oposto do arrombador, esperou.
Toby não estava com pressa. Parecia cansado e abatido. Fagin olhava impacientemente cada pedaço que ele colocava na boca. Quando se sentiu satisfeito, mandou Jack sair, fechou a porta e ajeitou-se para falar.
– Em primeiro lugar, Fagin, como está Bill?
– O quê? – gritou o Judeu pondo-se em pé.
– Por quê? Você não quer dizer... – Toby ficou pálido.
– Onde eles estão? – gritou Fagin batendo furiosamente no chão. – Sikes e o garoto? Para onde foram?
– O golpe falhou – disse Toby baixinho.
– Eu sei disso – respondeu tirando um jornal do bolso. – E o que mais?
– Eles atiraram. Acertaram o garoto. Nós corremos com ele entre nós... Estávamos sendo perseguidos, droga! O lugar todo acordou, e os cães estavam nos caçando.
– O garoto?
– Bill estava carregando ele nas costas. A cabeça dele caiu e estava frio. Então foi cada um por si, e todos pelas galés! Separamo-nos e deixamos o garoto deitado em um canto. Vivo ou morto, é tudo o que sei dele.
Fagin não quis ouvir mais nada. Soltou um urro pavoroso e saiu correndo da sala. E da casa.