CAPÍTULO 45

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Noah Claypole é usado por Fagin em uma missão secreta

O velho levantou cedo no dia seguinte e esperou impacientemente seu novo pupilo, que finalmente se apresentou e começou um assalto voraz ao café da manhã.

– Bolter – disse Fagin puxando uma cadeira.

– Bem, estou aqui – respondeu Noah. – Qual o problema? Não me peça para fazer nada antes de terminar de comer.

– Você pode falar enquanto come, não pode? – falou Fagin.

– Ah, sim – disse Noah cortando uma fatia monstruosa de pão. – Onde está Charlotte?

– Saiu – respondeu Fagin. – Eu queria que ficássemos a sós. Você foi bem ontem. Seis xelins e nove pence e meio no primeiro dia!

– Muito bom, eu acho, para um iniciante – observou.

– Bolter, eu quero que você – falou inclinando-se sobre a mesa – faça um trabalho para mim que precisa de muito cuidado. Quero que vigie uma mulher. Me diga aonde ela vai, quem encontra e, se possível, o que diz.

– E o que você vai me dar? – perguntou Noah.

– Se fizer bem, uma libra – falou.

– Quem é ela? – indagou Noah.

– Uma de nós. Está preocupada com novos amigos, e eu preciso saber quem são – respondeu Fagin. – Fique pronto e deixe o resto comigo.

Seis noites se passaram. Mas na sétima voltou mais cedo. Era domingo.

– Ela vai sair esta noite – disse Fagin. – Venha.

Andaram até o Cripples, onde entraram sem fazer barulho, e Fagin apontou o painel de vidro para Noah, indicando que ele deveria observar a pessoa que estava na sala adjacente.

– Não consigo ver o rosto dela direito – sussurrou Noah.

Em um instante, Barney entrou na sala e falou com a garota, fazendo que levantasse o rosto.

– Agora sim – disse o espião.

A porta da sala foi aberta, e a garota saiu. Noah trocou um olhar com Fagin e a seguiu sem tirar os olhos da moça.

Oliver Twist (1838)Onde histórias criam vida. Descubra agora