Noah Claypole é usado por Fagin em uma missão secreta
O velho levantou cedo no dia seguinte e esperou impacientemente seu novo pupilo, que finalmente se apresentou e começou um assalto voraz ao café da manhã.
– Bolter – disse Fagin puxando uma cadeira.
– Bem, estou aqui – respondeu Noah. – Qual o problema? Não me peça para fazer nada antes de terminar de comer.
– Você pode falar enquanto come, não pode? – falou Fagin.
– Ah, sim – disse Noah cortando uma fatia monstruosa de pão. – Onde está Charlotte?
– Saiu – respondeu Fagin. – Eu queria que ficássemos a sós. Você foi bem ontem. Seis xelins e nove pence e meio no primeiro dia!
– Muito bom, eu acho, para um iniciante – observou.
– Bolter, eu quero que você – falou inclinando-se sobre a mesa – faça um trabalho para mim que precisa de muito cuidado. Quero que vigie uma mulher. Me diga aonde ela vai, quem encontra e, se possível, o que diz.
– E o que você vai me dar? – perguntou Noah.
– Se fizer bem, uma libra – falou.
– Quem é ela? – indagou Noah.
– Uma de nós. Está preocupada com novos amigos, e eu preciso saber quem são – respondeu Fagin. – Fique pronto e deixe o resto comigo.
Seis noites se passaram. Mas na sétima voltou mais cedo. Era domingo.
– Ela vai sair esta noite – disse Fagin. – Venha.
Andaram até o Cripples, onde entraram sem fazer barulho, e Fagin apontou o painel de vidro para Noah, indicando que ele deveria observar a pessoa que estava na sala adjacente.
– Não consigo ver o rosto dela direito – sussurrou Noah.
Em um instante, Barney entrou na sala e falou com a garota, fazendo que levantasse o rosto.
– Agora sim – disse o espião.
A porta da sala foi aberta, e a garota saiu. Noah trocou um olhar com Fagin e a seguiu sem tirar os olhos da moça.