Capítulo 28-

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E agora além de guia, diz que será meu professor. Imagino que eu esteja dando trabalho para ele. Deve ser cansativo e chato, ter que ficar escrevendo para se comunicar comigo. Se ao menos tivesse me dedicado mais para aprender a sua língua, ele não  estaria tendo o trabalho de querer me ensinar, mesmo sendo algumas palavras.
Isso me deixou chateada e triste...

“Vamos? Precisamos voltar mais cedo, senão corremos o risco de termos que ficar por lá. As estradas ficam difíceis de trafegar.”

“Claro, mas se você não puder ou não quiser ir não tem problema. Tenho muitos lugares para conhecer aqui.”

“Fui eu que te convidei, por isso não quero que pense que está me incomodando. Não se esqueça: eu gosto da sua companhia!”

“Tudo bem.”

Entramos no carro, porém me sentia um fardo, mesmo sabendo que ele se ofereceu para ser meu guia.
Puxei a touca até cobrir meus olhos, virei o rosto do lado e fingi dormir.

Percebo que ela está estranha. Será que fiz algo errado? Por enquanto é melhor deixá-la assim. Depois perguntarei a ela com calma.
Mas no fundo fiquei preocupado...não quero que fique triste por minha causa. Se eu for a causa dessa tristeza, se de alguma forma a magoei, preciso me desculpar e muito.

Pensei em fingir que dormia, mas acabei dormindo...
Só acordei quando ele me chamou pelo nome, afastando uma mecha do meu cabelo que estava sobre meu rosto.
Aqui no Japão, sempre acordo meio perdida, sem noção de onde estou, que horas são.
Ele ficou o tempo todo me olhando sem dizer nada. Porém, percebi que estava triste, pensei que fosse escrever alguma coisa, mas Takeru saiu do carro, veio do lado do passageiro, abre a porta, estendendo a mão. Aceitei sua mão e só agora percebi que estávamos numa praça e que o chão estava coberto de neve.
Soltei sua mão, saí correndo pela neve. Para mim aquilo era um sonho! Corri de um lado e de outro em meio a neve como uma criança.

Sol NascenteOnde histórias criam vida. Descubra agora