Eu preciso aceitar que não dá mais

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Harry Pov

Eu me sentia preguiçoso na mesma medida em que estava ansioso naquela manhã.

Seria a aula que eu mais odiava: Poções.

Mas eu não podia negar que as aulas se tornaram menos detestáveis na medida em que eu passava a compreender o conteúdo.

Draco me explicou que Snape não era o tipo de professor que se apegava à ideia de que nem todos conseguiam entender o que liam nos livros.

Ele simplesmente passava as leituras, e quem não compreendesse, que se virasse.

Draco sabia explicar as coisas de uma maneira incrivelmente didática.

E eu não poderia negar que estudar com ele, que tinha muita paciência comigo e adorava ter um motivo para me beijar, me ajudava a compreender as coisas muito mais do que estudar com Hermione, que sempre parecia criticar a falta de hábito de ler mil livros semanais como ela.

Existiam coisas que eram muitos simples, mas que eu jamais havia conseguido compreender, que prejudicavam todas as aulas de poções, e Draco havia tido a paciência de me explicar quantas vezes fossem necessárias.

Todas as noites, após a detenção, ele estava ali para me ajudar.

Havíamos conversado e eu tinha proibido ele de fazer a detenção por mim, porque não me sentia confortável com ele fazendo algo que era minha obrigação.

Então ele chegava quando eu estava quase terminando, já com os livros e pergaminhos que separava para tornar nossos estudos mais fáceis.

Eu estava me esforçando para conseguir compreender da melhor maneira possível, porque sabia que ele se esforçava por mim.

Não poderia negar que ele realmente tinha sido incrível, e cuidadoso, sem julgar a minha falta de conhecimento e de jeito com aquilo.

Draco realmente era muito inteligente, e isso ficou claro durante aqueles dias.

Ao mesmo tempo, enquanto ficávamos estudando juntos, eu não pude deixar de perceber que as coisas entre nós haviam mudado. Quase... evoluído.

É claro que eu ainda tinha ganas de mandar ele á merda.

Mas a frequência que eu sentia raiva dele havia diminuído consideravelmente.

Porque embora ainda insistisse sobre não sermos namorados, eu consegui perceber que realmente estávamos agindo como se estivéssemos em um relacionamento.

O que me fazia lembrar da conversa dele com Parkinson, onde disse estar ciente de que eu poderia vir a não aceitar o namoro, mas que ele iria fazer o que pudesse para me conquistar.

Era o tipo de coisa que me deixava confuso.

Espiei com o canto do olho o momento em que ele passou pela porta, e não pude deixar de sorrir minimamente, de maneira disfarçada.

Ainda não conseguia entender como ele poderia conseguir ser bonito aquela hora da manhã, onde qualquer outro estava com cara de sono.

Era sempre engraçado pensar que um dos caras mais atraentes de Hogwarts estava apaixonado por mim. Ainda mais quando eu via garotas ao redor dele, babando a cada coisinha que ele dissesse.

- Sai da frente, gorducho! - Ele rosnou, empurrando um aluno de sua casa para abrir caminho, e eu franzi o cenho para o ato rude, vendo ele piscar ao parecer pensar em algo - ... Por favor - Completou a frase, quase como se usando essas palavras o peso da arrogância houvesse sumido.

- Você não pode dizer que ele não está se esforçando - Hermione brincou aos sussurros, e eu revirei os olhos.

Era uma... meia verdade.

Black Water || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora