Eu preciso do seu beijo

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Harry Pov

Suspirei, pela milésima vez naquele dia, abraçando uma almofada que estava jogada ali no sofá, me sentindo muito perdido.

Eu simplesmente não conseguia parar de pensar naquilo, e se me concentrasse bem, ainda conseguiria ouvir o som da voz dele enquanto dizia me amar.

Sorri involuntariamente com a lembrança, mas pisquei ao ouvir um suspiro que não foi meu.

Virei o rosto, vendo Hermione fechar o livro que lia, parecendo se dar por vencida.

- Certo. Eu não aguento mais ver isso. O que aconteceu?

- Do que está falando?

- Você está desde que acordou abraçado a essa almofada sorrindo sozinho enquanto suspira. O que aconteceu? - Insistiu e eu girei os olhos pelo salão comunal, vendo que havia apenas mais uma aluna sentada afastada, e não parecia prestar atenção em mim.

- Ele... disse que ama - Murmurei por fim, vendo ela arquear o cenho.

- E isso foi o suficiente para te deixar assim? - Questionou, rindo em seguida - Merlin, Harry! Um dragão não te abateu, mas um 'eu te amo' te faz ficar desse jeito?

Dei de ombros, vendo ela dar mais uma risadinha.

- Se bem que... foi uma espécie de Dragão, não é?

- Para com isso - Resmunguei, e ela continuava parecendo muito divertida com aquilo tudo.

- Não vai passar o dia com ele? É sábado, e eu sei que você vai fugir dos deveres.

- Sim. Nós vamos passar o dia juntos - Concordei - Estou esperando chegar a hora que combinamos.

Quando Draco me acordou para voltar para a grifinória, combinamos de nos encontrar no banheiro da Murta, para pensarmos em algo para fazer.

Não queria admitir que na realidade, eu já sabia perfeitamente o que faríamos juntos.

Eu me sentia muito culpado nos últimos dias por causa disso.

Percebendo que as chances de sermos flagrados eram muito grandes, e que com a maneira que nossa relação física estava indo longe, provavelmente não demoraria para darmos um deslize, eu decidi que precisava com urgência de um lugar seguro para ficar com Draco.

Já tinha ouvido milhares de vezes histórias dos marotos, e em grande parte delas, existia um 'esconderijo'. Meu pai nunca me falou onde ficava, nem como chegar, porque mamãe o havia proibido, com medo de que eu arranjasse encrenca.

Mas a 'base secreta' dos marotos havia vindo na minha mente, e eu percebi que havia uma maneira de descobrir sua localização.

No começo daquela semana eu havia mandado uma carta para Sirius, contando um pouco sobre como me sentia pressionado, cansado e chateado por causa do torneio, e que as coisas estavam difíceis porque não me sentia bom o suficiente para enfrentar a próxima prova.

A resposta de Sirius foi uma enorme montanha de doces e presentes, com uma carta preocupada.

Eu havia respondido há dois dias atrás, pedindo que não contasse para meus pais sobre minhas lamentações, dizendo que só estava mandando aquela carta porque sabia que ele sempre me ajudava.

E era verdade.

Eu realmente me sentia atormentado, mesmo com ajuda de Draco e Mione, e era muito frequente eu escrever para meu padrinho sempre que me sentia daquela forma.

Não era nada diferente do que havia acontecido várias vezes naquele ano.

Mas então, eu disse a ele que Mione estava com uma lista de feitiços para me ensinar, importantes para a prova, e que estávamos procurando um lugar para treinar, longe das pessoas, e discreto.

Black Water || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora