Disfarçando as evidências

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Harry Pov

Desde o momento em que eu decidi me deixar levar e abandonar minhas preocupações, não tinha conseguido deixar de notar a maneira como meu relacionamento com Draco avançava cada dia mais.

E não era como se eu não estivesse gostando.

Me sentia confortável com ele, e realmente gostava do tempo que dedicávamos a passar juntos, porque muito além de descobrir que ele conseguia ser um cara legal, eu estava realmente me sentindo como um adolescente idiota apaixonado.

Isso me irritava em diversos níveis, porque me sentia um imbecil ficando ansioso todo dia para ver ele, sendo que estudávamos na mesma droga de escola.

Mas qualquer sentimento desse tipo se esvaia quando passávamos algumas horas juntos estudando.

Parecia ser um combinado mudo entre nós dois, onde nos reuníamos na sala de poções, e estudávamos por um tempo considerável, e após satisfeitos com isso, tirávamos um tempo para nós.

E sim, com tempo para nós, eu quero dizer que apenas ficávamos nos beijando como se o mundo fosse acabar, o que no dia seguinte sempre me fazia ficar perguntando porque é que agíamos tão desesperados, mas ainda assim, todas as noites eu estava ali, querendo mais.

Draco parecia sempre agir nos limites, invariavelmente sendo um abusado, descarado e sem vergonha.

Mas o grande problema é que existia um parte de mim, que eu renegava até para minha sombra, que gostava disso. Que gostava quando ele parecia incendiar, me jogando em qualquer superfície, me fazendo esquecer meu próprio nome.

E essa parte de mim, o Harry safado, era o grande responsável por sempre me colocar nas mais estranhas situações.

Porque eu vivia criando distâncias entre nós, mas quando Draco conseguia abertura, e começava com todos aqueles beijos e carícias, eu simplesmente não conseguia dizer não.

Porque não me lembrava de limites, de ir com calma, de respirar... Simplesmente não conseguia pensar em qualquer coisa racional.

E era o que estava acontecendo nesse exato momento.

Nós sempre estudávamos primeiro, e nos agarrávamos depois. Era como se fosse um tipo de incentivo para que estudássemos corretamente, e também sabia perfeitamente que se começássemos a nos beijar antes, dificilmente eu conseguiria parar Draco para que voltássemos a focar nas aulas de poções.

Mas hoje, ao entrar na sala, ele simplesmente veio até mim, e começou a me beijar.

Eu poderia ter freado ele, mas é claro que o Harry safado havia assumido o controle, e eu nem se quer sabia quando é que tinha vindo parar sentado no colo dele.

Apenas sabia que estava com muito calor, e que as mãos dele alisando minhas coxas por cima da roupa não ajudava, assim como os lábios sugando meu pescoço com tanto afinco me faziam esquecer de como se respira.

Eu sabia onde aquela mão ia parar, sentindo ela deslizar pela lateral do meu corpo, seguindo na direção da barra da minha camisa.

Não admitiria nem para mim mesmo, mas havia passado a usar camisas mais maleáveis todas as vezes que ia ver Draco.

Sabia que ele iria as amarrotar de qualquer maneira, e o Harry certinho tinha muito pouco poder de palavra depois do primeiro beijo, para que conseguisse impedir isso de acontecer.

Ofeguei, sentindo meu corpo se contorcer ao toque quente dele, que sempre me mandava para outra dimensão, e mordi o lábio para conter qualquer som que me denunciasse.

Era de certa forma constrangedor, porque Draco parecia muito maravilhado com minhas reações, de maneira que sempre ficava me olhando intensamente enquanto abusava sem pudor algum do meu corpo, e isso só me deixava mais tímido.

Black Water || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora