Eu não via a hora do início das aulas porque finalmente eu poderia pensar em outra coisa que não fosse Adam Hayes e sua bolha de confusão.
Na minha segunda semana morando em Denver, consegui um emprego de meio período numa lanchonete perto do campus, Carl's Burguers, o gerente era o filho do dono, ou seja, um idiota. Ele assediava todas as moças que trabalhavam na cozinha, eu felizmente conseguia me safar pelo meu cargo de garçonete e raramente ter que entrar na cozinha.
Não era o emprego dos sonhos, mas eu ia chegar lá.
Calça jeans e uma blusa dourada que eu estava usando me deprimiam, era um lembrete da minha vida anterior a aquilo tudo, mas eu já havia passado da porta da sala de aula, não dava mais tempo de tentar correr e trocar de roupa.
Agora sua vida é essa, conforme-se — minha consciência dizia.
Mas eu ainda sentia falta de Adam, de Olga e dos meninos, sentia saudade também de morar em um lugar que eu não precisava me preocupar em trancar a porta quando saísse. Em três semanas ali no alojamento já haviam sumido dois fones de ouvido, um meu e outro de Giselle, quando esquecemos a porta destrancada uma vez. O quê eu podia fazer?
De volta à sala de aula, me sentei em uma mesa encostada na janela que dava vista ao gramado do pátio me animava às vezes. Notei pela visão periférica, o restante dos alunos se acomodando em seus lugares. Em seguida, o que parecia ser o professor entrou abruptamente e começou a escrever no quadro negro alguma coisa que eu só consegui ler quando ele saiu da frente.
PRIMEIRO ANO
— Quero desejar boas vindas aos calouros, oi — o homem disse saltitante e gesticulando com as mãos. — Eu sou o professor Davis, senhor Davis, eu gostaria de conhecer todos vocês e por isso quero que façam uma redação do que esperam para esse ano e quais são as expectativas de vocês em relação ao curso de cada um.
O senhor Davis continuava explicando quando vi um homem de terno dançar no gramado. Quando eu o encarei, aí que o homem se jogou em sua dança.
A atenção dos alunos foi conquistada pela dança do homem, quando ele olhou para cima reconheci, só podia ser ele. Pedi licença ao professor Davis e corri até a porta que separava o pátio do prédio da universidade, o tom do cabelo o fazia ainda mais reconhecível.
— O quê você ta fazendo aqui? — gritei.
— Conseguindo sua atenção — ele gritou de volta, ainda dançando.
— Ta bom, conseguiu. Agora você pode parar? — perguntei, cruzando os braços e o fuzilando com os olhos. — O quê deu em você?
— Vim provar que estava enganada — ele disse, finalmente parando de dançar.
Continuei olhando em seus olhos, não entendendo 1% do que ele estava fazendo ali e do por que queria tanto que eu cedesse alguns segundos da minha atenção a ele.
— Olha isso — ele disse, inclinando o celular dele. — Foi isso que você viu.
Na tela, era um vídeo da câmera de segurança? É, era da câmera de segurança, o ângulo permitia a visão ampla do escritório e do corredor. O vídeo mostrava Courtney falando algo para Adam, e ele parecia a ponto de explodir com ela. Ela parecia insistir para que ele se levantasse, me vi chegar no corredor ofegante no momento exato que Courtney agarrou Adam e tascou-lhe um beijo no rosto. Espera, no rosto?
Eu podia jurar que eles haviam se beijado, mas era só o ângulo? Fiquei um minuto pelo menos calada depois que o vídeo acabou. O quê eu iria dizer? O quê eu podia fazer? Tudo que eu fiz foi por pura ignorância, e eu agora sabia plenamente. Adam nunca faria aquilo, não daquele jeito e eu fiz e o magoei.
— Eu não sei o que dizer.
— O quê você acha de um pedido de desculpas? — ele perguntou, parecendo a pessoa mais tranquila do mundo.
— Me desculpa, eu tinha que ter acreditado em você.
— Tudo bem, por algum motivo isso tudo só me fez valorizar mais todo momento que eu estive com você. Porque a verdade, Anna, é que eu não posso mais ficar longe de você. Sou apaixonado por você, e acho que nada que você dissesse ou fizesse me faria te amar menos — ele disse colocando o celular no bolso e se aproximando de mim.
As mãos dele se moveram até estarem na minha nuca.
— Me desculpa mesmo, eu senti tanta a sua falta — eu disse, com os olhos prestes a transbordarem por conta das lágrimas.
— Só nunca mais faz isso. Eu quase enfartei quando soube que havia se mudado — nós rimos juntos.
Uma das mãos dele deslizou pela pele do meu rosto, e eu fechei os olhos para apreciar o toque. Consegui sentir o cheiro de seu perfume e eu quase chorei por matar a saudade. Ele beijou os meus lábios e eu quase pude sentir os meus pés saindo do chão, como se eu flutuasse. E finalmente senti onde era de fato o meu lugar.
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Eu e a Fera
General FictionAposta ou venda? A verdade é que nem ela mesma sabe. Sabe somente que sua vida pertence á Adam Hayes. 🌹 Annabela, uma jovem de apenas 17 anos acabou indo parar na mansão da Família Hayes. Sem entender quase nada de sua situação, Adam, seu novo tuto...