Eu e a Fera

Capítulo 38

Lincoln Fitzpatrick era um homem de meia idade caminhando rapidamente para a terceira idade. Seu cabelo era separado por uma careca saliente no meio da cabeça. Os óculos pousavam na ponta de seu nariz, porém ele me encarava por cima deles.

Quando enviei minha documentação pela a internet, tive a curiosidade de pesquisar quem é o reitor, não consegui extrair muitas informações eu, tirando sua foto em que estava muito mais novo nas fotos do Google.

— Annabela Olivia Smith, histórico impecável. Sem advertências, muito menos suspensões. Participação em muitas feiras da escola, no clube de teatro e foi presidente do clube de debate, trabalhou todos os anos do ensino médio na biblioteca, média de notas acima de 8 em todas as matérias. Um currículo excelente — ele concluiu muito rápido para um idoso.

Concordei olhando fixamente para a prancheta em que o meu histórico estava, tentei dar um sorriso, mas deve ter parecido como se eu estivesse tendo um derrame.

— Entretanto, me intriga o fato de querer o curso da língua inglesa — ele voltou seu olhar a mim.

— Eu sempre quis ser professora, senhor. E a língua inglesa é uma língua fantástica, que vale a pena ser ensinada — eu afirmei.

— Em que a Universidade de Denver Springs pode te ajudar a isso? — ele perguntou.

Silêncio.

Sabe quando a mente congela e sua língua parece ter colado no céu da boca? Foi exatamente isso que aconteceu, depois de uns bons segundos de silêncio pairando sobre o ar, o reitor disse:

— Algo errado? — ele perguntou ainda me encarando por cima dos óculos, o que me deixou mais aflita ainda.

— A Universidade de Denver Springs é a melhor instituição de ensino, — soltei um suspiro — e creio que eu possa absorver a maior parte das experiências aluno/professor.

— Annabela, você sabe que... Bom, as bolsas em nossa universidade são para menos de 10% dos nossos alunos. Você tem alguma carta de recomendação?

Abri a mochila que até então estava no chão ao lado dos meus pés em busca da pasta com as cópias dos meus documentos.

— Aqui, senhor. É do meu ex-professor de inglês — eu disse, esticando o braço para lhe entregar o papel.

Ele analisou atentamente a carta e o meu coração bateu tão forte que eu só conseguia escutar a batida ritmada dele.

Depois disso, ele me fez mais umas três perguntas e me liberou com um aperto de mãos. Na saída, dei meu endereço novo para a secretária Beth, e voltei para o carro.

— Disseram para esperar a correspondência — disse a Gilbert, revirando os olhos assim que adentrei no carro.

— Eu soube que se vier um envelope puro branco é que foi chutado, se vier aquela marrom grande aí é que aceito.

— Tem isso ainda?

— Claro que tem, mas não fica paranóica com isso. Tenta relaxar.

— Tentar relaxar? Sabe que é só essa universidade boa que eu me inscrevi. Ou é essa ou é a universidade comunitária lá em Gleendale, né? — esbravejei arqueando as sobrancelhas e bufando.

— Acha que não vai ser aceita?

— É, acho né — disse, elevando o tom da minha voz. — E olha que Denver Springs não era a minha primeira opção na escola. Era Harvard.

— Calma, Bela. Você vai conseguir.

Eu respirei fundo, tentando manter minha cabeça no lugar. O pior é sofrer por algo que nem pode acontecer.

— Podemos ir? — Gilbert perguntou olhando para o meu rosto.

— Podemos.

🌹

*oooi, gente. o cap foi bem curtinho, mass espero que tenham gostadooo. não esqueça de clicar na estrelinha 🌟 bjsss, e até a próxima.

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