Capítulo 31

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Meus fones estouravam nos ouvidos quando a porta do banheiro foi escancarada me fazendo pular de susto.

— Vamos sair — vi seus lábios mexerem mais ou menos isso.

— Hã? — eu perguntei tirando meus fones.

— Vamos sair, daqui — Gilbert disse.

— Sabe que Adam não vai deixar, né?

— Ele me disse que não tem problema — ele revirou os olhos.

— Gilbert, eu não estou muito no clima de sair.

— Ah, qual é? Eu sei que vai gostar. Isso vai animar você.

— Só se me disser o que vamos fazer.

— Você me contou que gostava de andar de bicicleta.

— Espera, eu não te contei isso — eu sorri.

— Ah, não. Contou para a tia de Adam e eu ouvi.

— Tia?

— Madrasta, mãe, tia. É tudo a mesma mulher, Bela.

— Ah — eu me joguei na cama rindo do modo como Gilbert falou. — Já está tarde, acho que não é uma boa hora para andar de bicicleta.

— Ah, qual é? Nada acontece em Gleendale, pelo amor de Deus. Nem um mísero roubo. Vamos lá, Bela. Vai te fazer bem.

— Tudo bem, me encontra em cinco minutos lá no salão.

— Ta bom — ele disse colocando as mãos na cintura como um super herói.

Eu soltei mais uma gargalhada. Ele apenas saiu do quarto pelo banheiro compartilhado de Adam com o braço esticado como o Super Homem, eu não consegui segurar o riso. Gilbert era um amor. Eu podia ter perdido meu pai e pensar nisso doía em cada fibra do meu corpo, mas ganhei um verdadeiro amigo talvez o melhor que eu já tive.

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— Vai, sobe.

— Gilbert, eu não vou andar nisso de jeito nenhum.

A bicicleta que Gilbert me propôs a andar parecia uma colagem muito da mal feita de alguma revista velha. O guidon era preto e enferrujado, o banco era rosa e parecia pequeno demais para mim.

— É seguro, eu que montei. Já andei nela várias vezes — ele assegurou.

— Esse é o meu medo.

— Qual é, Bela. Vai amarelar agora?

— Ai, ta bom.

Passei a perna direita por cima da bicicleta com medo de que assim que eu montasse o projeto de bicicleta desmontasse. Mas felizmente isso não aconteceu, comecei a andar e notei Gilbert bem atrás de mim em uma bicicleta que parecia que ele havia montado também. Pedalávamos pelo caminho de um só em direção ao portão da mansão.

Quando estávamos quase chegando a atravessar o portão, Gilbert bateu com a roda da frente da bicicleta na roda de trás da minha me fazendo dar um ziguezague e quase desequilibrar.

— Não faz isso, garoto — gritei.

— Calma — ele gargalhou. — Foi sem querer, nervosinha.

Foi nesse exato momento que o guidon da minha bicicleta soltou por um dos lados me fazendo cair feito um saco de batatas no gramado. Gilbert que estava logo atrás de mim, trombou com a minha bicicleta caída e caiu aos meus pés.

— Caraca, eu nunca mais confio em você — eu disse, rindo da sua queda.

Gilbert soltou todo o ar dos pulmões em risadas. E era muito bom ouvir isso depois de tanto tempo em meio a tanta tristeza.

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*gente, desculpa pelo o atraso nas publicações dos capítulos. meu computador deu ruim, e atrasei mil anos de capítulos. me perdoem. continuem votando, vocês não sabem em quanto isso ajuda <3 bjsss.

Eu e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora