Assim que cheguei ao prédio Hayes alguma coisa, não deu tempo de parar para ler o letreiro. Assim que Gilbert estacionou o carro eu saí disparada. Uma mulher loira com um uniforme extremamente justo me parou.
— Em que posso te ajudar? — perguntei.
— Sala do Adam Hayes. Onde é? — perguntei ofegante e rápido.
Ela apontou o quadro informativo, por incrível que pareça ela não chamou nenhum segurança. Suspeitei em haver um dedo de Gilbert nisso.No quadro dizia que o escritório de Adam era no oitavo andar, fui em direção ao elevador e apertei o botão freneticamente. Mas a tela acima do elevador apontou que ele estava no vigésimo nono andar, já com a impaciência formigando na nuca decidi ir pela escada. Subir escadas normalmente eram fáceis, mas tenta fazer isso correndo por oito andares.
A cada degrau que eu subia era uma dor que surgia em uma parte diferente do meu corpo, tinha que voltar a andar de bicicleta urgentemente. Segundo andar. Quarto andar. Quinto andar... Sétimo, e finalmente o Oitavo. Entrei no andar ofegante e suada, tentei me recompor respirando fundo mas foi inútil. Todos do andar olharam na minha direção, era claro e evidente que eu não deveria estar ali. Minha roupa me diferenciava dos demais, e meu estado ofegante tirava todas as dúvidas.
Qual era mesmo o número da sala? Três ou seis? Lembra, Anna.
Fui passando até avistar de longe o cobre do cabelo de Adam. Pensei em gritar, mas pensando novamente achei que não seria uma boa ideia. Com certeza, não seria uma boa ideia.
Me aproximei sorrateiramente até chegar em frente a sala transparente, pois as divisões eram de vidro, ele ainda não tinha me visto. Mais dois passos e vi uma loira, que reconheci de longe, era Courtney.
Recuei alguns passos, eles voltaram a se falar? E porquê ela estava ali, na sala dele e tão próxima dele? Não acreditei quando vi ela abraçá-lo e beijá-lo bem na minha frente. Meu coração pareceu se desmanchar naquele momento. Como eu pude acreditar que isso acabou tão fácil? Como eu não suspeitei?
Eu fui TÃO burra.Dei meia volta e fui em direção ao elevador com o coração em frangalhos. Meus olhos pareciam se diluir em lágrimas. Quando cheguei no térreo, as águas não largaram dos meus olhos, continuaram a fluir. Entrei no carro, no banco carona. Sem querer encarar os olhos curiosos de Gilbert.
— O quê houve?
— Nada.
— Não parece que não aconteceu nada.
— Podemos só ir pra casa? — ouvi minha voz vacilar.
— Não, até você me contar.
— Nada, Gilbert, por favor — disse sendo o mais rude que eu consegui. — Podemos ir?
Foi humilhante e eu não queria abrir a boca, o nó que se formou na minha garganta foi tão forte que se eu explicasse tudo o que aconteceu, eu desabaria. E para me recompor seria ainda mais difícil.🌹
Assim que chegamos à mansão, voltei a preparar as malas para o dia seguinte, não dava mais tempo para eu ir no mesmo dia. Liguei para Filipe e pedi sua ajuda para ir bem cedo na manhã seguinte. Ele se certificou que os dormitórios da universidade já estavam abertos para a chegada dos calouros. E dei graças a Deus, porque se os dormitórios não estivessem disponíveis eu teria que ir dormir na casa de uma das minhas irmãs, e sinceramente eu não iria conseguir encarar mais ninguém.

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Eu e a Fera
General FictionAposta ou venda? A verdade é que nem ela mesma sabe. Sabe somente que sua vida pertence á Adam Hayes. 🌹 Annabela, uma jovem de apenas 17 anos acabou indo parar na mansão da Família Hayes. Sem entender quase nada de sua situação, Adam, seu novo tuto...