Capítulo 35

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Sim, Adam me beijou quando foi me levar de volta para o meu quarto. Um beijo pra lá de intenso.
Já passavam das 03h da manhã quando decidimos ir dormir. E é exatamente por tudo o que ele me falou na noite anterior é que não conseguia ler um parágrafo do livro que ele me indicou sem viajar. O desafio de maratonar aquela leitura foi há muito tempo para o brejo, mas tudo o que havia descoberto ontem foi um pouco demais para mim.


Sentada no carpete da biblioteca, olhando para as palavras sem conseguir absorvê-las, tudo que eu pensava ia em uma única direção, para ele. A mãe o abandonou, a irmã morreu praticamente por culpa do pai, a tia casou com o pai e o pai se matou. Deve ser uma história confusa até mesmo para o próprio Adam.


Olga e os demais acompanharam isso bem de perto também. Agora eu conseguia entender o comportamento daquela casa. Quer dizer, mais ou menos. Resolvi deixar o livro aberto ali, na terceira página, não sei quantas horas passei ali sentada para nada.


Olhei para todos os lados da biblioteca pensando na noite anterior, meus olhos alcançaram o notebook que Adam usava para catalogar os livros, estava fechado em cima da mesa, fui até ele. Assim que o abri, havia uma infinidade de nomes de livros e de autores, minimizei o arquivo com dificuldade.

Por um impulso, abri o Google e digitei "Universidade de Denver Springs" e achei o meu curso lá: Letras. Na vez que fomos à casa de Cristal, ela me entregou uma pasta com os meus documentos, ela e Mary resolveram organizar os documentos da casa e dos meus pais. E dentro dessa pasta estava também uma carta de recomendação que um professor de Inglês do último ano do ensino médio, senhor Jackson, ele achava que assim que terminasse o colégio eu ingressaria na faculdade pelo meu bom desempenho nas disciplinas. Bom, eu até queria. Mas, muita coisa aconteceu desde então. Queria acreditar que meu pai não atrapalhou meus planos de propósito, com a intenção de me vender desde aquela época. Sei que ele estava doente, mas creio que Adam ajudaria de qualquer jeito se ele pedisse. Não só Adam, como Cristal, Mary, Andrew, Filipe, Damon e eu.

O que ganhei em troca disso tudo foram meses sem estudar e um tutor novo.


Agora eu gosto dele, mas nem sempre foi assim.


Quem eu seria agora? Quem eu teria me tornado sem a inferência que meu pai acabou por fazer?


No impulso dessas perguntas latejando em minha mente que me inscrevi para uma entrevista. Assim que me inscrevi, fiquei olhando para a tela do computador, como se ela fosse me dar às respostas das quais eu precisava.

🌹


Os sonhados dezoito anos haviam chegado. É claro que Adam planejou uma festa e todos os fru fru desses riquinhos, mas eu o convenci a mudar para apenas um bolo de chocolate com ele, Olga e os meninos. A decoração natalina já ajudava no clima de festa, tinha sido um ano difícil, mas eu ainda tinha motivos para agradecer.


Eu ainda não havia contado para Adam que marquei uma entrevista da faculdade. Logo no início de Janeiro. Já estava marcado com reitor da universidade. Ingressaria no início da Primavera, caso eu fosse aprovada. Eu nem sei o que eu estava pensando na verdade, eu não queria mais mudanças.



Já havia me adaptado a namorar Adam, a Olga sendo como uma mãe para mim, mas também sentia que estava gradativamente me acomodando. Não tinha certeza que aquele era o momento para deixá-lo, afinal eu havia acabado de ganha-lo, não podia o abandonar assim.

Nesse dia mais cedo, eu e Olga fizemos uma mini decoração dentro da decoração já montada do natal. Com uma faixa escrito "Happy Birthday" em um dourado amarelado, se isso existisse. Eles haviam, graças aos céus, parado de me forçar a engolir a cor rosa em tudo. Ninguém aguentava mais. O bolo tinha um papel decorativo de livros no topo, foi idéia de Adam.


— Ta lindo, Olga — afirmei, quase emocionada.

— Ta sim. Aproveita esse aniversário porque olha, depois dos 18, passa tão rápido que você nem vê.

Sorri ao ouvi-la.


— É sério, passa mesmo — Gilbert disse aparecendo atrás de Olga.


— Você é mais novo que eu.


— Engano seu, eu sou um ano mais velho.


— Puxou ao pai, Bela. O canalha tinha mais de cinquenta, mas parecia que tinha acabado de fazer 40 — Olga disse, sorrindo.

Soltei uma risada abafada, e notei que Gilbert olhava para mim.


— Posso falar com você? — perguntei a Gilbert.

Ele confirmou balançando a cabeça. Caminhei até ele e o direcionei as escadas para que Olga não ouvisse.

— Porque o segredo?


— Não é segredo. É só que Adam ainda não sabe.

— E ta com medo de minha mãe abrir o jogo pra ele.

— Não é isso. Me ajuda ou não?

— Fala.

— Eu só quero te perguntar se pode me levar dia seis de Janeiro em Denver?

— Em Denver? O senhor não sabe?

— É... Não. Relaxa, você não vai ter problemas. Eu vou contar para ele, é só que...

— O que vai fazer em Denver? — ele levantou uma de suas sobrancelhas.

— Eu te conto no caminho.

— Não tô gostando — ele disse cruzando os braços.

— É uma maneira de retribuir por aquele tombo de bicicleta. Você me deve — afirmei, apontando o dedo indicador na frente a seu peito.

— Só não vai me meter em problema.

— Não vou — disse, fazendo um sinal de jura com as mãos.

🌹

Adam chegou juntamente com Victor do lado, os dois muito bem formais como sempre, Adam muito mais formal. Ele veio em minha direção, segurou minha cintura e beijou os meus lábios levemente.

— Feliz aniversário — ele me entregou uma caixa envolta de um papel personalizado da Bela do desenho da Disney: A Bela e a Fera.


— Porque vocês acham isso tão legal? — perguntou Gilbert, soltando uma risada abafada. — Eu não sei o que é tão legal em embrulhos de presentes infantis.


— Sei lá — Eu e Adam respondemos em uníssono.


Outros funcionários da mansão foram se achegando, e eu não me contrapus a isso, Adam até tentou abusar de sua autoridade, mas eu o fuzilei com os olhos e ele entendeu o recado. Eles sempre trabalhavam duro naquela mansão, qual o problema de comemorarem o meu aniversário também? Seria até uma forma de agradecimento.


Eles começaram a cantar a música de Parabéns pra Você enquanto eu ficava sem saber como reagir no canto da mesa. Abri outros presentes de alguns funcionários, como alguns dos ajudantes de Olga e o do jardineiro da mansão, Jimmy. Embora, com mais idade do que todos os demais, sempre fora muito atencioso comigo.


— Gostou do seu aniversário? — Adam perguntou com a boca colada no meu ouvido.


— Perfeito — respondi, dando a pior das risadas, por algum motivo eu estava achando graça.


Rir atoa é normal quando está feliz. Ou quando é feliz. Não entendia muito da verdadeira colocação, se é estar ou ser. Mas apesar disso, eu me encontrava em dos momentos mais felizes da minha vida. Eu só não esperava que tudo isso ruiria tão facilmente.

🌹

*meu povo lindo, desculpa por demorar tanto p postar capítulo. eu sei que vocês estão super curiosos p saber o final da Anna e do Adam (pelo menos, eu assim espera uff). mas a questão é que eu tenho que revisar os erros ortográficos (que ainda tem um monte pq é a primeira revisão) e editar algumas coisas que não achei que ficaram legais originalmente. me perdoemmm, pf. eu queria muito muito voltar a frequência de 2 caps por semana, mass tá ficando extremamente pesado, pq as aulas da faculdade voltaram (e tudo eaddd, alguém me ajuda aaa), eu to fazendo o meu melhor, tudo bem? não esqueçam de votarrr, pq isso incentiva taaaanto (quanto eu escritora desse humilde livro, tanto os novos leitores). então pf votemm, bjs bjs. até a próximaaaaaa 

Eu e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora