— Tenho que confessar, eu estava esperando seu pai aparecer na porta com um machado — Justin disse assim que o carro começou a se mover.
Eu ri, terminando de ajeitar o cinto.
— Entendi o motivo de estar sorrindo então. Você parece mesmo suicida.
— Não posso negar que desfruto de um bom perigo.
E então não havia mais desculpas para evitar olhar para ele. Desde que abrira a porta do veículo para mim fiz o máximo que pude para não cair naqueles olhos pegajosos e nefastos, mais temerosa do que achava necessário. Mas, assim que o encarei, sufoquei com o ar em silêncio e comprovei que meu subconsciente estava bem mais a par da nocividade do que meu consciente.
— E como foi sua noite, Lia? — O modo como apertou os olhos nos cantos me fez congelar a expressão.
Não, ele não podia saber o que eu havia sonhado ou meus pensamentos antes de dormir, tentei repetir para mim mesma. Mas, e se ele pudesse ler meus olhos? Quanto minha expressão denunciava? E se... por algum absurdo da natureza, uma anomalia, ele pudesse ler pensamentos?
— Normal. Sonolenta. E a sua?
E por que raios conteria o sorrisinho daquele jeito de quem sabe de alguma coisa?
— Boa — então apertou mais as pálpebras e eu enrijeci — Por que está toda encolhida desse jeito, Lia? Tem medo de que eu ataque você ou algo assim? — Sua voz soou divertida e curiosa.
Atento às palavras, o motorista olhou imediatamente pelo retrovisor, os olhos escuros analisando rapidamente nós dois. Ele não queria ser cúmplice em crime nenhum.
— Eu não tenho medo de você — neguei rapidamente, bufando, a voz um pouco aguda. Na verdade, eu temia que ele se aproximasse e sentisse meu perfume. Xinguei Lara em pensamento de novo.
O motorista nos estudou mais uma vez.
Ele deitou a cabeça com uma expressão incrédula, mas não se aproximou.
— Tudo bem.
— Então.. você queria minha opinião em uma música? — Mudei o assunto, esperando demovê-lo daquela incógnita ao passo que tentei relaxar um pouco o corpo.
Justin descansou o queixo na mão, alisando-o.
— Ah sim, mas planejo te contar apenas quando chegarmos lá.
Revirei os olhos.
— Você adora fazer um suspense.
Ele sorriu abertamente.
— E você ama todos eles.
Fiz uma careta para o fato de que, no fundo, ele estava certo, e temendo que minha voz me entregasse, não tentei mentir. Limitei-me a virar o rosto para a janela, esperando me estabilizar para pensar em outra coisa a dizer — se é que era possível perto dele. Ouvi sua risadinha presunçosa.
— É provável que eu te sequestre o dia todo, Lia — a menção da palavra que remetia ilicitude mais uma olhadela do motorista desconfiado. Tive a impressão de que acelerou um pouco mais o carro — Espero que tenha falado sério sobre seu espaço na agenda para mim, essa música é muito especial e precisarei de um bom tempo para ela.
— Sorte sua que tenho talentos musicais secretos — tentei descontrair. Ele estava brincando com a minha curiosidade e eu não morderia a isca, embora por dentro me questionasse que tipo de música seria.
— Não duvido que tenha. Você sabe que agora vai ter que cantar para mim, não é?
Me repreendi pela idiotice, é lógico que ele quereria alguma coisa assim.
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Litigious Love
Fanfiction"Poder Judiciário Estado de Califórnia Cidade de San Diego Carta de Citação Ação de Indenização por Violação de Direito Autoral Requerente Justin Drew Bieber Pela presente, extraída dos autos do processo acima indicado que Justin Drew Bieber move e...