Capítulo 10

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Narrado por
Gabrielly

Aquele miserável me tratou como se eu fosse nada, praticamente estava escrito na cara dele que ele não tinha gostado. Dizer que não sou selvagem, é ofender minhas características, apenas tive que me conter por conta do consultório. Nenhum cara me tratou como ele, todos que já fiquei ou mantenho contato querem de novo, mas o Renzo Marcellus, senhor da sinceridade, pouco ligou, mudei até o estilo para o desgraçado brincar com a minha cara, porém tenho certeza que ele apenas está dificultando. Por fim, ele anunciou que não daria mais aulas para mim, só de pensar em não ver mais aquele homem, me fez ter raiva e dor ao mesmo tempo, até porque, adorei conversar com ele nos dias que passei no consultório, dois dias marcantes, apesar que só contou o primeiro dia porque no segundo nós transamos. Só de pensar naquele dia, me fez morder meu próprio dedo. Mesmo assim, voltando para o lado normal sem devassidão, acho que não vou conseguir não fazer merda sem os conselhos dele. Renzo disse que não quer me dar mais conselhos, mas ainda sim, preciso dele, não vou desistir tão fácil, irei ao seu consultório na sexta-feira, não vou marcar hora, apenas entrarei e quero ver quem irá me impedir!

Apesar da sinceridade de Renzo Marcellus, ele ainda sim consegue ser bom, o chamei de idiota porém foi o impulso. Se fosse outro psicólogo não teria nenhuma vontade de me ajudar como ele tem, por isso, preciso que ele permaneça me dando conselhos, antes que eu faça mais besteiras. Estou disposta a tentar focar meus pensamentos nas palavras dele e não pensar em atacá-lo, talvez seja o desafio de todas que entram na sala do Renzo. Mas uma coisa é certa, ele não achará aquele tipo de roupa que eu estava vestida na segunda-feira. Na sexta-feira, estarei com uma roupa que já é diretamente pra festa, um short jeans pequeno, uma camisa curta dando para ver minha barriga toda, e meus cabelos ficaram soltos. Estou curiosa para saber o que ele vai dizer, ou melhor, quero saber se ele irá resistir.

Passei a quinta-feira cogitando ligar para ele. Presumir que estaria de folga hoje, porém, eu podia acabar dizendo que iria no consultório dele no dia seguinte, coisa que eu não queria. Em vez disso, fiquei trocando mensagens com o pessoal que iria para a Rave que fica em Santa Mônica, não muito longe de Los Angeles, não importa, tenho vinte e dois anos, se eu quiser só volto no dia seguinte. Se eu sair tão cedo não vai ter graça, uma Rave é pra ficar até amanhecer. Minha mãe sempre fica pegando no meu pé sobre minhas saídas, mas o problema é que ela precisa entender que já sou a muito tempo de maior, posso tomar minhas decisões e pronto, isso vale para amanhã.

Antes de dormir, peguei uma caixa de cigarro, abri a janela do meu quarto e fumei por um tempo olhando para o céu que estava bonito, fazia esse ritual antes de dormir por várias vezes, isso me relaxava de certa forma, me fazia esquecer das merdas diárias.

Troquei minha roupa pondo um short de dormir, e não veio a demorar para eu achar o sono, já estava relaxada pelo efeito do cigarro. Por muitas vezes minha mãe disse pra eu parar de fumar, porém, nunca dei ouvidos, talvez eu esteja ferrando o meu futuro, mas foda-se.

Horas depois....

Por incrível que pareça sou de acordar cedo, até porque, tenho um emprego, minha mãe arrumou pra mim, não seria justo ela me sustentar pelo resto da vida, muito menos irei aguentar morar no mesmo teto que minha mãe. Meu pai e ela são divorciados, isso foi há muito tempo, talvez as coisas tivessem sido diferentes se ele estivesse por perto, mas enfim, não foi assim que rolou.

Sempre que entro no banheiro para fazer minhas higienes, noto que cada dia que acordo meus cabelos estão mais rebeldes e grandes, o que me custa fazer mais coisas para cuidar dele, mais hidratação, mais pente e cremes, uma dor no bolso, mas eu não quero cortar, nunca fui fã de cabelos curtos. Algumas pessoas dizem que sou privilegiada; cabelo longo e loiro, um rosto praticamente sem espinhas, sem gordura e meu corpo fica do jeito que está sem eu fazer muito esforço, já tem tempos que mal faço uma caminhada, a única que faço é a caminhada para a loja de eletrônicos que trabalho. Neste trabalho miserável praticamente sou parada por homens várias vezes, que saco, todos me pedindo o meu número ou na pior das vezes me assediando, mas eu não deixo isso barato, não sou uma garota indefesa, posso fazer a vida de qualquer desgraçado que me toque sem eu querer um inferno igualmente ao filme doce vingança.

Minha Querida Maldição (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora