Dezessete

213 20 23
                                    

Ela

Isabela se permite sorrir em provocação. Uma de suas sobrancelhas se ergue em um claro desafio. Ora, quem diria...

–– E qual vai ser minha punição? –– Seu tom baixo soa um pouco brincalhão.

Sebastian usa a língua para deslizar no pescoço de Isabela, levando o rosto até o vale entre os seios e inspirando antes de beijar cada cantinho da pele perfumada e suada, levemente salgada, uma espécie de afrodisíaco inebriante, sabendo que chamas desgovernadas dominam todo o íntimo dela. Ele mesmo se sente desta forma. Ao mesmo tempo, as palmas percorrem a cintura curva com uma lentidão enlouquecedora, enredando-se na calcinha branca de renda e puxando-a facilmente na direção do chão.

–– Nada de conforto –– responde simplesmente, sem dar mais detalhes.

Ela abre um sorriso maior. Isso vai ser interessante...

Ele está mostrando o que ela tanto queria descobrir nas últimas semanas. E está sendo satisfatório. Se aquela premissa de a agarrar do nada na lavanderia já havia deixado suas pernas bambas, agora, então...

Isabela prende a respiração e esquece o que pensava quando ele lhe morde sem força em uma das coxas, apenas um leve e delicioso arranhão, o segura pelo pescoço para se equilibrar e levanta cada uma das pernas de boa vontade para que ele arranque logo a peça delicada, que é jogada longe, pousando na entrada do quarto. Subindo as mãos outra vez para contemplar toda aquela beleza, Sebastian nota uma onda de prazer subjugando-o quase ao ponto de fazê-lo perder a cabeça. Ele agora prende os dedos nas alças do sutiã e as escorrega pelos braços arrepiados de Isabela, o tempo inteiro mantendo contato visual. O que tanto desejava e sonhava há anos está mesmo acontecendo. Ela está aqui, com ele, quase se dissolvendo em seus braços, tomada de luxúria e calidez.

Com precisão, ele leva os dedos até as costas dela e solta o fecho da lingerie, que cai delicadamente no chão, aos pés de Isabela. Sem parar para pensar, Sebastian fecha a boca em torno do mamilo amarronzado, fazendo movimentos circulares com a ponta da língua, a mente trasbordando com as inúmeras posições que podem fazer. No chão. Em pé. Na cama. São tantas as possibilidades. E todas maravilhosas.

Isabela, ofegante, molda a mão em sua cabeça, trazendo-o mais para perto, pedindo em um murmúrio enlouquecedor que ele não pare.

E ele a obedece de muito bom grado, se ajoelhando diante dela. Algo que já quisera fazer antes, principalmente depois de vê-la totalmente nua pela primeira vez – naquele outro dia, no banheiro público da praia, ambos eram inexperientes e não tiraram as roupas. Foi bom, mas esta é uma história para contar depois...

–– Apoia seu pé no meu ombro –– Sebastian pede com suavidade, mirando-a de baixo, num ângulo completamente diferente do que está acostumado. Como ela consegue ser bonita em todos eles?

Isabela faz o que é pedido e quase entra em combustão, deixando escapar um arquejo rouco e um tanto lamurioso, quando a língua úmida a invade e a estimula no ponto latejante e visceral, encharcando-o ainda mais. Com gentileza, Sebastian traça seus lábios externos com o indicador, acariciando-os da forma mais terna possível. A combinação língua e dedo a deixa fora de órbita e umas fisgadas de euforia a alertam que ela não vai conseguir se segurar por muito mais tempo.

Sebastian prossegue a carícia com a combinação mortal bem lentamente, sem pressa alguma para terminar. A mão livre continua segurando o seio direito em taça, o polegar subindo e descendo devagar.

–– S-sebastian... –– Isabela geme baixinho, tentando avisá-lo que...

Ele para, empinando o queixo para olhá-la. E ela nota a sensação prazerosa recuar de imediato. Mas que porra?

#2 - Logo Após Você PartirOnde histórias criam vida. Descubra agora