Deixo a Morgan no quarto e desço até a oficina para falar com meu pai, encontro ele de pé perto da mesa, ele ainda estava usando a rolpa que havia saído hoje de manhã, o que denuncia que ele havia acabado de chegar, de seja lá onde ele havia ido.
_Pai, está tudo bem?
Pergunto mim aproximando e pegando o terno da sua mão, é o colocando no cabideiro.
_Está sim, é com você, está tudo bem?
Ele pergunta afrochando a gravata, noto suas mãos um pouco trêmulas e estranho um pouco isso.
_Eu estou bem, pai, onde você estava?
Ele estava muito formal não era normal vê-lo vestido assim, pelomenos não a uns dez anos e a última vês que eu o ví vestido assim foi um mês quando u acordei do coma...
_Hoje foi o julgamento da sua mãe, desculpe não ter dito anos, mas você ia querer ir e eu não queria que você presenciasse aquilo.
Sua expressão deixava claro o quão ruim havia sido aquele evento.
_É eu acho que não estaria pronta para isso, ela é minha mãe apesar de tudo.
Digo mim sentando no sofá, ele se senta do meu lado passando um braço pelas minhas costas e mim puxando até que eu encostasse a cabeça em seu ombro.
_Sei disso por isso não contei, espero que não tenha ficado chateada.
Ele diz parecendo realmente temeroso com isso.
_Não, não tenho motivos para ficar chateada, levei a Morgan no balé hoje, acredita que a professora dela também foi minha professora?
Mudo de assunto abrindo um sorriso e o encaro nos olhos.
_É sério? Que coincidência.
Ele diz parecendo realmente surpreso.
_Pois é, eu parei de dançar depois que meus avós morreram mas hoje eu senti saudades, Luciana percebeu isso, tenho certeza, ela mim conhecê desde os três anos.
Mim lembro do que ela disse e do quanto aquilo fazia sentido.
_Então por que não volta a dançar? Eu vi alguns vídeos seus, que você bloqueou do YouTube e você é otima.
Dou de ombros e desvio o olhar para a parede.
_Acho que eu não consigo mais, sabe, eu aprendi a fazer uma coisa para cada pessoa que eu tinha na minha vida, aprendi a tocar os instrumentos que a minha mãe queria, mim tornei uma bailarina pela minha avó e cantava para o meu avô, quando minha avó e o meu avô morreram de verdade a cinco meses eu senti que algo tinha morrido dentro de mim e não senti mais vontade de cantar nem de dançar, perece drama eu sei, mas não é, eu mim sinto realmente assim, meio morta meio viva, presa em um espaço fictício que o meu emocional criou, com o uma sala cujo as paredes vão se fechando e a sala vai ficando mais e mais pequena e apertada, e eu quero sair, mas ao mesmo tempo sinto medo do que eu vou encontrar fora daquela sala.
Eu não iria chorar, prometi isso a mim mesma, por mais que eu sinta uma vontade sufocante de subir do mapa, ir para um lugar deserto para poder chorar em pás, eu preciso ser forte, meu pai já tem tanta coisa na cabeça, tantas lembranças ruins, experiências traumáticas, não posso despejar os meus problemas em sima dele também.
_Vai encontrar a liberdade, e eu acho que você sabe disso, por que não tenta? pode ser aqui mesmo, não precisa ser na academia, apenas tire alguns minutos, calse sapatilhas e dance, sem qualquer obrigação ou sem se limitar a qualquer coisa.
Ele diz levando a mão aos meus cabelos e afagando os fios pretos.
_É um bom conselho, tirou de algum livro motivacional?
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Pequena gênio
FanficOlívia Ava Brown, é uma adolescente de 16 anos que precisa suportar uma relação abusiva entre ela e sua mãe, Mariana Brown e as constantes ofensas e violências que sofre por seus colegas na Stevens Institute of Technology, onde cursa dois cursos de...