Tempestade- Série: Tentações

11° capítulo

Luke Montez

Escuto uma gritaria no andar de baixo, era a voz da minha mãe, saio correndo do meu quarto e passo no quarto da minha irmã para ver se a mesma não acordou com esse barulho todo. Ela ainda dormia tranquilamente. Fecho a porta do seu quarto e desço as escadas o mais rápido que consigo até chegar na sala e ver a cena que se repetia todos as vezes que meu pai chegava em casa nesse horário.

Ele saia do trabalho e ia direto para o bar mais próximo. Eu estaria mentindo se dissesse que essas horas que ele passa fora de casa não era praticamente a paz que o mundo precisava, por que realmente era. Meu pai, quer dizer, o homem que minha mãe se casou, voltava para casa tarde, bêbado e gritando aos quatro ventos. Minha mãe sempre foi uma mulher forte por aguentar alguém como ele por tantos anos.

Como todas as vezes vejo meu pai batendo em minha mãe, e como todas as vezes que eu tentava chegar perto para impedir, ela me impedia.

—Não Luke, não se intrometa por favor, volta para a cama meu filho amanhã você tem aula. -ela diz com as lágrimas descendo em seu rosto e sua boca estava com um corte. Eu não entendia por que ela não pedia divórcio e se livrava desse infeliz de uma vez por todas.

—Isso mesmo seu bastardo volta para sua cama e me deixe terminar de bater nessa vadia. -ele gritava e cambaleava para frente e para trás, sinônimo de que está mais bêbado que o normal.

A raiva ao escuta-lo chamando minha mãe de vadia foi o suficiente para eu não pensar duas vezes antes de avançar para cima do meu pai e quando percebi o que eu tinha realmente feito já era tarde demais, eu estava encima dele socando sua cara enquanto ele ria sem parar e insistia para continuar, como se aquilo fosse satisfatório. Eu ouvia minha mãe gritar e falar várias coisas mas nenhuma fazia sentido na minha cabeça até que...

—Luke meu amor para você vai acabar matando ele. -o paro de socar imediatamente, eu não podia ir preso por causa disso, mesmo sendo menor de idade, eu não podia deixar minha mãe e minha irmã sozinhas. Olho para minha mãe e apenas aceno com a cabeça, me levanto do chão e vou em sua direção.

—Tá tudo bem mãe? Olha esse machucado, vem precisamos cuidar dele, pode inflamar e ficar pior. -digo enquanto tento tirá-la da sala e levá-la para o banheiro cuidar desses machucados. E é quando sinto meu corpo ser puxado para trás e logo em seguida sinto o impacto em minhas costas ao cair no chão, imediatamente sinto uma dor horrível, não consigo tempo para normalizar minha respiração quando sinto socos pelo meu rosto e barriga, escuto minha mãe gritar.

—Para, para, você vai matar meu filho, você vai matar meu filho. -ela gritava em desespero, quando percebi que o homem que deveria ser meu pai, meu herói, a pessoa com quem conversaria sobre a garota que gosto e me daria conselhos sobre, quem ficaria orgulhoso pelas minhas conquistas e estaria sorrindo feliz por mim no meu casamento estava me batendo, me batendo por querer defender as pessoas que mais amo, minha mãe e minha irmã.

—Parar por que Joana, se esse é o meu objetivo no momento. -o escuto dizer e dar risada voltando a me bater.

—Mamãe o que está acontecendo?. -escuto minha irmã dizer, antes de tudo se apagar.

—Filho, filho, tá me escutando?. -escuto dona Joana dizer do outro lado da linha. —Estou falando com você seu bastardo. -sorrio ao imaginar minha mãe nervosa comigo.

—Me desculpe mãe, eu estava distraído. -digo olhando para a tela do meu computador.

—Com aquela moça que sua irmã me disse né? Sabia que esse coração não era de gelo. -Vitoria era uma tremenda fofoqueira, ela acabou criando uma coisa na cabeça com provas não tão boas assim e contou para minha mãe o que ela "possivelmente descobriu" com essa sua "investigação".