Tempestade- Série: Tentações

45° capítulo

—Você deveria ter me contado Luke. -digo ao me afastar dele.

—Eu não podia Ayla. -grita. —Eu não podia. -dessa vez seu tom de voz está mais calmo. Luke me olha nos olhos. —Eu não queria te perguntar, eu não queria mexer no seu passado. -se aproxima um pouco mais de mim porém eu recuo. —Eu sei como falar sobre o seu passado te machuca e eu não queria fazer isso, eu não queria te ver magoada então fiz tudo nas suas costas. Me perdoe. -suas mãos estavam em seus cabelos, um movimento que ele fazia quando estava nervoso ou perdido, e nesse momento ele estava perdido.

—Você sabe por que o chamamos de passado Luke?. -ele não responde então continuo. —Porque é lá que ele deve ficar. Eu superei o meu passado no instante em que te contei sobre ele, no instante que entendi que o que eu estava sentindo por você era mais do que apenas atração, porque se eu quisesse seguir em frente eu precisaria deixar meu passado para trás, onde ele deve ficar. -me aproximo um pouco mais de seu corpo porém quem recua dessa vez é ele. —Você mentiu pra mim e eu odeio que tenha feito isso, mas sabe qual é a pior parte?. -Luke nega novamente. —Eu não consigo nem sentir raiva de você por isso.

Quando as palavras terminam de sair da minha boca, eu pego a minha bolsa e saio de casa. Ainda eram 8 horas e em menos de meia hora eu teria uma reunião importante naquela manhã então não podia perder, mas se eu soubesse o que iria acontecer logo em seguida eu teria ficado e ter me resolvido com Luke naquele mesmo instante. Mas não dá para fugir do que está destinado a nos acontecer.

TRÊS SEMANAS ANTES...

—Humm, esse vinho é divino. -aprecio o sabor da garrafa de vinho que acabei de abrir. —Ele é importado?. -pergunto ao me sentar na poltrona de sua sala.

Era um sábado a noite e eu estava na casa de Luke, ele estava em seu escritório tendo uma reunião por vídeo com um de seus fornecedores que o ligou no meio do nosso filme para de falar sobre algo importante, o problema é que isso já faz quase duas horas e durante esse tempo fiquei entediada e o resultado? Explorei tanto a casa de meu namorado -nunca tive tempo de realmente fazer isso pois estava ocupada em sua cama- que descobri um pequeno armário escondido embaixo da escada que possuía muitos vinhos, alguns são de anos atrás e outros são tão caros que eu nunca ouvi falar.

Depois dessa minha descoberta o meu tédio foi embora no mesmo instante e o meu lado apaixonada por vinhos foi despertado, tanto que peguei uma de suas taças e sorteei um dos vinhos aleatoriamente para ser o novo apreciador da noite. Que Luke não me mate, mas sei que ele não será capaz de tomar tudo aquilo de vinho até o dia de sua morte e mesmo que ele passe isso para os seus filhos, ainda assim seria muito.

—O que você está fazendo?. -me assunto com sua voz saindo do pequeno corredor e caminhando a passos lentos em minha direção.

—Esse vinho é importado?. -cruzo as pernas e aponto para a garrafa a minha frente.

Consigo ver um pequeno sorriso se formar em seus lábios e um balançar de cabeça lhe acompanhar, ele não estava bravo como eu realmente achei que ficaria.

—Te ensinaram que é feio mexer nas coisas dos outros sem sua permissão?. -pergunta sério, porém sua tentativa é falha miseravelmente quando um sorriso escapa de sua boca.

—Bom, primeiro, eu estava entediada depois de quase duas horas te esperando pra voltarmos a assistir ao filme, e segundo a culpa não é minha que quando eu fui encostar em uma coisa que acreditei ser uma parede simplesmente se abriu e revelou o paraíso dos vinhos importados, e também porque sou uma apreciadora de vinhos e não consegui me controlar. -coloco um pouco mais em minha taça e me sirvo.

—Primeiro, me desculpe por te fazer esperar por tanto tempo, eu não esperava que iria demorar. -se desculpa e apenas digo que está tudo bem, pois realmente estava, se ele não tivesse demorado tanto em sua reunião de última hora eu não ficaria entediada e não teria descoberto esse maravilhoso vinho. —E segundo, eu tenho quase certeza que chamam de viciados. -diz ao sentar no braço da poltrona.