Quando entramos na casa, não havia ninguém no andar de baixo, todos já haviam ido se deitar.
— Cadê todo mundo?— Alex perguntou.
— já está bem tarde, certamente na cama!— Respondi baixo.
Subimos as escadas e mostrei a ela um quarto de hóspedes vago.
— Bom, a cama é de casal, bem grande, acho que dá pra vocês dois.— Falei enquanto deixava ela se acomodar.— Ajeita suas coisas aí que eu vou lá em baixo e já trago alguma coisa pra vocês comerem.
— Não precisa! Eu posso ir lá buscar. Você já fez muito!— Ela respondeu.
— Eu vou lá em baixo de qualquer jeito porque estou com fome, não será incômodo subir trazendo algo.— Falei já saindo.— Usa esse tempinho pra organizar as coisas de vocês.
Fechei a porta e desci as escadas. Quando cheguei no último degrau, vi uma sombra sentada no sofá. Corri até o interruptor da cozinha e acendi, a luz iluminou parte da sala. Era Elias.
— Quer me explicar o que está acontecendo?— Ele se levantou.— Não que seja problema, mas o que de tão grave aconteceu pra eles precisarem sair de casa e virem pra cá?
— Ela teve problemas com o pai do menino. Parece que ele quer a guarda dele ou algo do tipo.— Contei algo que não era totalmente mentira.— Ela vai precisar ficar aqui um tempo, mas eu juro que eles não serão problema.
— Foi só isso?— Ele se aproximou olhando no fundo dos meus olhos.— Você sabe que pode me falar qualquer coisa!
— Eu sei... Eu confio em você e você pode confiar em mim!— Cheguei mais perto e o abracei.
— Okay! Entendi!
— Quer comer alguma coisa?— Perguntei saindo dos braços dele e indo pra cozinha.
— Na verdade até quero...— Senti a malícia em suas palavras.
Me virei para ele e como já era esperado, ele me olhava com fome no olhar.
Ele veio para cima de mim me agarrando e beijando meu pescoço.
— Elias, agora tem criança na casa, sabia?— Falei rindo e tentando me desvencilhar.
— A criança está no quarto e com certeza dormindo!
Ele me virou de costas e pude sentir que ele estava morrendo de desejo.
— Vai ser só uma rapidinha...— Ele disse no pé do ouvido.
Não pude resistir, em questão de segundos ele já estava dentro de mim, com a mão na minha boca me impedindo de gemer alto.
Era incrível como nosso fogo se encaixava tão bem. Ele não precisou de mais que 15 segundos para me convencer e fazer isso. Elias sabe as palavras certas, as entonações corretas pra me convencer a fazer o que quiser e quando quiser.
O que era pra ser uma rapidinha durou cerca de 20 minutos. Na bancada, na pia, apoiando nos armários, aquela cozinha virou um quarto de motel!
Depois de terminar, nos recompomos, ajeitamos a pequena bagunça e eu me lembrei...
— Eu deveria levar a comida da Alex!
Peguei dois pedaços de torta, alguns biscoitos, cookies de chocolate, dois copos de suco, um pacotinho de finni pro pequeno, pus tudo na bandeja e fui até o andar de cima levar.
Bati na porta de leve com o pé e esperei ouvir alguma voz.
— Pode entrar!
Entrei e encontrei a criança vendo Tv e Alex penteando os cabelos molhados.
— Sabe que não pode lavar cabelo de noite!— Brinquei.
— Nossa, verdade! Agora eu acho que a minha cabeça vai cair!
Dei um sorriso bobo e pus a bandeja na cama.
Os olhos do garoto foram direto nas balas finni.— Pode pegar, trouxe pra você!
Ele puxou da bandeja e com dificuldade abriu o pacote.
— Obrigado, tia Cice!
— Eu nem cheguei nos 30 menino! Que tia o que!
Alex e ele começaram a rir.
— Eu sou bem novinha pra ser tia de alguém, tá bom?!
— Tá bom, vó Cice...— Ele respondeu sapeca.
— Olha garoto você vai ver!
Tentei ir até ele mas ele pulou da cama como um raio. Continuei tentando alcançá-lo enquanto ele ria alto e ficamos assim por um tempo enquanto Alex morria de rir.
Depois de cansar, me sentei na cama junto com ele.
— Tem que comer tudo isso junto com a sua mãe, pra dormir de barriga cheia!
— Senta mãe, tem que comer!— Ele falou pra Alex.
— Você quem manda, garotão!— Ela se sentou.
— Eu vou indo...— me levantei.— Até amanhã de manhã!
— Até... e obrigada por me deixar ficar aqui!— Alex agradeceu.
Apenas dei um sorriso acolhedor e saí do quarto fechando a porta.
Fui pra cozinha de novo, afinal, eu não tinha comido nada. Elias ainda estava lá.
— O que está fazendo?— Perguntei ao encontrá-lo no fogão.
— Tô fazendo tapioca doce com morango e leite condensado.
— Tá fazendo pra mim também né?
— Só comecei a fazer por você!
— Nossa que atencioso!— Falei em tom de brincadeira.
Comemos nossas tapiocas e fomos pro quarto. Ele se deitou direto e eu fui pro banheiro tomar um banho.
Tomei um banho demorado na banheira. Depois de relaxar me levantei, tirei o tampo do ralo e quando pus os pés pra fora e dei um passo, escorreguei feio.
Dei um grito alto e num pulo Elias abriu a porta do banheiro.
— O que houve?— Perguntou apressado e assustado.— A barriga tá doendo?
— Não! Estou bem!
— Você não parece bem!
— Eu só escorreguei...
Ele tirou o cabelo do meu rosto.
— Clarice que marca é essa no seu rosto?— Ele perguntou assustado.
Tive que pensar rápido.
— Está roxo?— Fingi não saber.— Não pareceu uma batida forte quando escorreguei...
— Bateu com o rosto aonde?— Ainda parecia preocupado.
— Acho que na parede ou no vidro...
— Acho melhor trocar por cortinas! Ou colocar tapetes antiderrapantes!
— Os tapetes já servem!
— Tem certeza que está tudo bem? Do jeito que tá o seu rosto, foi uma queda e tanto!— Me ajudou a levantar.
— Sim! Juro que está tudo bem!
Elias ajudou a me secar e por a roupa, como se eu fosse um bebê.
Eu confesso que gostava de ser cuidada do jeito que ele cuidava de mim.
Ele é o tipo de homem que nunca me trairia, diferente de Otávio.
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Tudo para Clarice
RandomApós ser deserdada, Clarice decide que é a hora de pedir ajuda a seu pai, preso pelo estupro que gerou a mesma. A menina sempre soube a verdade sobre seu nascimento, o que de alguma forma a tornou uma mulher fria. Para ela, toda a vida girava...