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Eu estava tão mal pelo que aconteceu com Otávio..
Há uma semana ele não aparece no meu apartamento, não manda mensagem, não me liga... Eu estou com medo de que ele tenha terminado comigo dessa forma.
Já tivemos brigas piores, mas nunca atanto tempo sem se falar.

Seis anos de relacionamento não podem ser jogados fora desse jeito!

Temos tantos planos para depois do casamento.
Há anos nós alimentamos esse desejo de enriquecer e sumir. Isso não pode acabar assim.

—Clarice?— Maurício me despertou.- precisa escolher o buquê!

—esse!— apontei para um qualquer que estava na tabela que a organizadora de eventos segurava.

Sim. Maurício exigiu um casamento na igreja. Eu teria que me vestir de noiva, que segurar o buquê, colocar as alianças... Tudo que eu não queria na vida!

O vestido foi escolhido pelo próprio Maurício. Ele estava pagando tudo, e eu não dava a mínima, então não me importava de não ter muita opinião.

Depois do encontro com a organizadora, Maurício me levou pra casa.

Tomei um banho e me deitei.

Só conseguia pensar em como me resolveria com Otávio.
Depois de tudo que aguentamos, era injusto que acabassemos.

Às 23:50 saí de casa rumo a janela da casa do Otávio.

Logo que estacionei o carro na parte de trás da casa dele, vi a luz de seu quarto acesa.

Como eu fazia no início, pulei o muro em um local cego pelas câmeras, entrei pela única janela sem tranca da casa, que era sem tranca justamente pra quando eu precisasse vir.

Entrei no final do corredor do andar de baixo que dava de frente para a sala. A escada pro andar de cima era 5 passos depois da janela.

Subi na ponta dos pés, sempre me certificando de que ninguem estaria me vendo, e logo que tive a oportunidade, entrei no quarto dele.

Tive uma das piores visões da minha vida.

Enquanto eu estava louca para resolver nossas desavenças, ele estava ocupado transando com uma loira que eu nunca tinha visto.

Nós estavamos juntos? Isso era traição?
De qualquer forma, eu me sentia destruída, tendo um relacionamento ou não, eu o amo!

—Que porra você tá fazendo aqui?— perguntou, interrompendo os gemidos da garota e a tirando de cima dele.

—Quem é essa daí?— perguntei desapontada enquanto engolia a vontade de chorar.

—Ito, quém é éssa garota!— perguntou com um sotaque estranho pra mim.

—Ito? Quer dizer o que? Otávito?— gargalhei baixo fingindo não estar destruída.

—Me fala o que você quer!— se levantou e começou a pôr as roupas.

—Primeiro tira essa garota daqui antes que eu tire!

—Quém vócê pénsa que é?— ela me perguntou.

Sua audácia ferveu meu sangue.

Fui rápido até ela e sem pensar, agarrei em seus fios louros e a debrucei já janela.

—Pega suas coisas e some daqui ou eu jogo você dessa janela!

Sem olhar em meu rosto, ela catou suas roupas e adereços logo assim que a soltei e saiu pela mesma porta que eu havia entrado minutos atrás.

—Eu vou te explicar isso! Pode ter certeza!— Otávio começou.

—Eu não quero que me explique isso!— parei de segurar as lágrimas.— eu vim pra me resolver com você e é isso que eu vou fazer!

—Cice, não chora...— andou até mim.

—Não encosta em mim agora!— me afastei e sequei as lágrimas, mas em vão.— eu esperava ter que te implorar perdão, e ensaiei o que deveria falar então vou falar!

—Cice, só deixa eu dizer que eu amo você!- disse com os olhos marejados.—Eu amo você! Mesmo!

—Eu falei coisas que não deveria ter mencionado, já que fez por mim, e também nós não podemos cagar pra todos os nossos planos, pra tudo que fizemos até aqui, todos os sacrifícios! Eu vou casar pra que a gente possa ter uma vida perfeita daqui uns meses. Eu tinha muito mais a falar, mas o que eu vi aqui me fez perder boa parte da vontade de abrir a boca pra me dirigir a você! De qualquer forma eu não posso desistir do amor da minha vida. Então eu perdoo você por isso, e se me perdoar, estarei esperando por você amanhã!

Eu falei tudo sem conseguir olhar em seus olhos, mas sabia que, parado em minha frente, ele chorava tanto quanto eu.

—Cice...— tentou falar.

—tchau e até amanhã, talvez!— sem dar tempo a ele para me segurar ou tentar falar mais alguma coisa, dispatei para fora do quarto e saí da casa da mesma forma que entrei.
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Ue? Mas não foi tu que meteu chifre no menino e disse que não sentia culpa?

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