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Por ter ficado pensando na discussão, acabei indo dormir tarde.

Acordei por volta de 9h com batidas na porta.

— Maya?— Perguntei.

— Sou eu, Clarice.— Ela respondeu.— Ele já foi.

— Obrigada. Já estou descendo.

Usei o banheiro do quarto pra fazer um xixi rápido, já que estava apertada e logo sai pra ir pro meu quarto.

Tive vontade de sair pra andar, mas no momento em que essa ideia se acendeu na minha cabeça, ouvi um estrondo no céu.

— O único dia em que eu decido sair sozinha pra distrair, chove! Podia ser neve pelo menos!— Falei irritada.— Mas quer saber... não vai ser uma chuva que vai deixar eu presa dentro de casa!

Fiz minhas higienes matinais, troquei de roupa, coloquei um sobretudo grosso e desci.

— Vai sair nessa chuva?— Maya perguntou quando me viu.

— Vou, mas não devo demorar. Se passar das 16h e eu ainda não tiver voltado, pode me ligar.

— E não deve demorar, é?— Debochou.

— Okay, talvez eu demore, mas depende do que eu vou encontrar pelo caminho.

— O que você encontraria nessa cidade além de turistas tirando fotos em tudo quando é canto?

— Se eu encontrar um carro rosa brilhante pode ter certeza que não volto mais!

Me sentei no banco e me apoiei na bancada.

— Fiz vitamina de morango e banana.— Ela disse abrindo a geladeira pra pegar.

— Obrigada..— Agradeci.

Tomei um copo de vitamina e comi um pão de forma com geleia de morango.

Meu celular tocou e o nome de Otávio apareceu na tela.

— Maya, tenho que ir. Onde está o guarda-chuva? Sabe?

— Atrás da porta da sala, onde sempre ficou.

Rapidamente fui até a sala, peguei um guarda-chuva e saí.

Atendi a ligação enquanto caminhava debaixo do guarda-chuva.

— Cice?— Sua voz parecia surpresa.

— O que você quer agora?— perguntei impaciente.

— Eu ouvi a Ali dizer que você está morando com um cara... isso é verdade?

Como ele ainda pode achar que pode me cobrar satisfação? Se esqueceu do que fez?

— Ouvi em algum lugar que você vai ser pai e tem uma família agora... é verdade?— Ironizei.

— Clarice, para com isso! Eu to fazendo tudo isso porque você não me aceita de volta. Já disse que dou um jeito se quiser!— Falava de uma forma que mais parecia súplica.

— Otávio, você me ligou pra isso? É sério? Depois de semanas, você decide continuar fazendo birra por não aceitar o término?

— Eu te amo e nunca vou desistir de você!

— Eu estou com outra pessoa e estou feliz! Então por favor me deixa em paz!

Desliguei a chamada.

O que eu menos precisava agora era uma ligação do Otávio. Estava brigada com Elias, andando sozinha pela rua e grávida. O combo perfeito pra pensar em como minha vida esta de cabeça pra baixo e chorar.

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