12

689 36 2
                                    

Encostada sob a sacada do prédio, vi o carro de Otávio chegar.
Sequei as lágrimas e sorri fechado.

Meu peito se acalmou e meu nervosismo rapidamente se tornou felicidade.

Em minutos, ele subiu e pude ouvir entrar pela porta.

Já no meu quarto, me retirei da varanda e olhei para ele, que estava parado na porta do mesmo.

Nos encaramos por um tempo.

—Saia dessa vida se quiser, somos ricos agora, não precisa mais disso!— entrei cuidadosamente no assunto que nos fez brigar.

—Você é rica! Eu sou apenas um futuro herdeiro, se é que vou herdar.. Mas tudo bem. Sairei dessa vida já que não consegui nenhuma velha, como você conseguiu.

Andou até mim e me prendeu em um beijo.

—Vamos sair pra esquecer isso tudo!— disse sério olhando no fundo dos meus olhos.— se arruma.

Assim fiz. Pus meu melhor vestido, fiz uma maquiagem pouco chamativa, perfume doce, sapatos altos e o colar que Maurício me deu.

Tirei o Anel de noivado e o deixei em cima do criado mudo.

—Você fica linda de vermelho, ainda mais quando é esses vestidos colados e curtos que você usa!— Otávio disse me puxando para cima dele, que estava sentado na cama.

—Eu sei disso!— falei convencida.

—Cice, me perdoa por ontem. De verdade!— fechei o sorriso.

—Eu já perdoei você!

—Mas eu nem pedi. E agora estou pedindo. Agora estou buscando seu perdão.

—Esquece isso! Estamos indo sair pra esquecer. Então esquece.

Fomos para um restaurante que eu nunca havia ido antes.

—Maurício nunca trouxe você aqui, não é?

—Não

—Ele deve ter deixado esse lugar pra eu fazer as honras.— me fez rir.

—Quanto é um jantar nesse lugar?

—Beeem caro, então é bom você não deixar nada no seu prato.— me fez rir outra vez.

Jantamos, fomos a uma balada, depois a um motel, e hás 6h fomos para minha casa.

—Como estão as coisas do casamento?— Otávio perguntou enquanto eu me deitava.

—Vou ter que casar de branco e em uma cerimônia!

—mas e no cartório?

—Vamos assinar os papéis na cerimônia.

—Você leu os papéis? Você vai ser a responsável de tudo quando ele morrer?

—Sim. E não precisei nem pedir, ele já me colocou como responsável em caso de morte ou doença grave.

—E falta quanto tempo, mesmo?

— 3 semanas.

—Vai acabar rápido! Te juro!

— Oque você vai fazer, Otávio?— perguntei quase implorando para que me contasse.

—A única forma de tudo passar pra você é com ele morto, não é?— gesticulou como se estivesse claro.

—Vai matar ele?— perguntei assustada.

—Eu ainda to pensando em outra forma! Mas se esse for o único jeito, não tem porque você se assustar já que estava disposta a matar o irmão!

—Estou..... Disposta!

Nos olhamos já sabendo que nenhum dos dois podia falar sobre o outro. Os dois eram tão podres por dentro que era difícil distinguir quem era pior, e ele sabia disso agora.

Eu não me via como uma detenta. Não nasci para isso. Tenho dinheiro suficientemente para me livrar de quantas confusões com a policia eu quisesse, mas assassinato... Dessa eu duvidava um pouco, mas estaria tranquila se tivesse que o fazer, afinal, uma vida fugindo da Polícia não seria difícil para uma mulher rica!

Eu fugiria com Otávio para o país mais remoto, e viveria lá por anos até tudo se ajeitar por aqui. Mudar a aparência e trocar de nome não era uma coisa difícil para quem tinha dinheiro.

—Vamos dormir, então!— falou e se deitou ao meu lado, como se quisesse acabar logo com o assunto.

—Temos as mesmas ambições, Otávio, porque somos feitos um para o outro...—disse minhas últimas palavras antes de adormecer.
____________________________________________

Ela tá pensando até no que vai fazer pra se livrar de um assassinato cr

Tudo para ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora