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— Burguer Palace...— comentei ao entrar.— Lugar bonito.

— Esse lugar tem cheiro de infância. Quando eu ia nas hamburguerias que meus pais me levavam. Por isso eu gosto desse lugar, tem o cheiro da minha infância que nenhum outro lugar tem.

— Parece um lunático falando.

— Porque sou, não sabia disso?— brincou.

— Você tem cara mesmo.— falei rindo.

Sentamos à mesa e fizemos nosso pedido. Em poucos minutos chegou.

— Eu não vou aguentar comer tudo isso.— falei ao ver o tamanho do hambúrguer.

— Vai comer por dois, não?

— Nem brinca com isso...— sorri de canto de boca.

— Mas quem disse que to brincando? Sou vidente, menina!

— Claro que é.— disse rindo.

Eu fico cada vez mais nervosa com essa coisa toda. Preciso saber logo se estou grávida ou não para poder dar um fim nisso de uma vez.
Preciso ser a mulher corajosa que sempre fui e olhar logo para aqueles testes.

— Sabe que não vai estar sozinha nisso não é?— Elias segurou minha mão sobre a mesa.

— Fala de você? Nos conhecemos a pouquíssimo tempo.— Ri como em uma piada pouco engraçada.

— Só o futuro sabe o que ele guarda...

— Agora você realmente está falando como se fosse um vidente..— falei o fazendo gargalhar.

— Eu disse pra você, mas não acredita...— fez piada.

Comemos nossas comidas e eu acabei conseguindo comer todo o meu hambúrguer.

— Comeu por dois, como eu falei.— Ele comentou limpando o canto da boca.

— Eu estava com muita fome, apenas.

— Pra onde quer ir agora?— me perguntou.

— Estou cansada, quero ir pro hotel. Vamos?

— Cansada de que?— riu.

— De estar acordada.

•••

Abri a porta do quarto e logo me lembrei o motivo de eu estar me sentindo tão ansiosa.

— Eu preciso fazer xixi.— falei a Elias.— Deita se quiser.

Entrei no banheiro e fechei a porta. Logo na minha cara estavam os testes. Não queria vira-los. Não conseguia ter coragem para tal ato.
Queria tanto ser corajosa como sempre fui, mas nesse momento, que era onde eu precisava realmente ser, a coragem desapareceu. Tive coragem para enganar meu pai, dizer verdades dolorosas a minha mãe, tive coragem para matar meu irmão (embora não conseguisse por deixar muitas provas), tive coragem para me relacionar com meu primo, e muitas outras coisas, e agora não consigo apenas virar um teste?

É, não consigo!

Sem pensar, abri a lixeira ao lado da pia e varri com a mão os testes para dentro dela.

Fiz minhas necessidades e sai do banheiro.

— Demorou.— Elias disse deitado na cama com os olhos fechados.— Viu os testes né?

— Não. Estão no lixo agora.— me deitei ao seu lado.

— Meu Deus, Clarice!— falou rindo.

— Chega desse assunto

— Vamos falar do que então?

Subi em cima dele e o olhei profundamente.

— Não precisamos falar.

Ele segurou meus cabelos e me puxou até sua boca.

O beijo que começou lento se tornou rápido e quente.
Me colocou por baixo e sem separar nossas bocas, tirou cada um dos meus sapatos, depois meu grande casaco. As preliminares duraram minutos, mas logo ele já estava me chupando, e sim, ele chegava aos pés de Otávio. Era páreo. Apenas sua boca já me fazia ter certeza de que eu achei um homem que me enlouquecesse tanto quanto meu amado.

Elias parecia saber tudo que eu mais gostava na cama. Era como se já transássemos a anos.
Achou todos os pontos que me faziam estremecer. Sabia como explorar meu corpo.
Tinha experiência. Muita!

Foram horas de prazer. Era impossível querer parar com aquele homem. Gozei diversas vezes e confesso, nunca gozei tanto em uma única foda.
Elias sabia ser cuidadoso. Não me proporcionou um único sentimento de dor, apenas prazer. Já transei com homens com pau do tamanho do dele e só senti dor, mas com ele foi tão diferente.. Senti o cuidado que ele teve e a vontade de fazer eu sentir tanto prazer quanto ele.

Depois de horas cansativas e prazeirosas, ele chegou ao seu ápice e eu a mais um dos meus.

Nos deitamos cansados, olhamos toda a bagunça que fizemos e apenas demos um sorriso.

Me deitei ao seu lado, virando para o lado oposto e logo ele me abraçou. Já era tarde, então dormimos rápido.

•••

Acordei no dia seguinte e o vi pondo as roupas.

— Já vai?— perguntei.

— Se me pedir pra ficar, eu fico.— sorriu.

— Então fique.

Me levantei enrolada no lençol e fui até o telefone pedir café da manhã.

Em menos de 10 segundos comecei a sentir um enjoo.
Corri pro banheiro e vomitei apenas os ácidos do estômago.

— Tá enrolando pra acreditar no que já sabe.— Elias comentou enquanto segurava os meus cabelos.

Lavei a boca e entrei para o box para tomar banho.
Elias estava me esperando do lado de fora.

Me lavei rapidamente, fui para o closet me vestir e logo após colocar a última peça de roupa, o café da manhã chegou.

— Café da manhã para dois, correto?— A camareira perguntou.

— Sim, obrigada.— peguei o carrinho e fechei a porta do quarto.

Me sentei na cama e pus todos os pratos em cima da mesma.

— Eu olhei a lixeira.— Elias me disse.

— Que droga, Elias...— falei.— Não me fala o que você viu! Eu não quero saber!

— Como desejar...

Eu não queria ficar brava com ele, só precisava que ele não me contasse o que viu.

Tomamos nosso café e decidimos sair mais uma vez. Preciso esfriar a cabeça para não pensar nessa coisa de bebê.
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Daqui a pouco tá ela de 9 meses e ainda evitando olhar pros testes.

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