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Dois dias depois, Otávio aparece no meu apartamento afobado.

— Oque houve?— perguntei curiosa.

—Minha mãe foi visitar o tio Chris e voltou muito estressada. Tipo, muito mesmo, Cice!

—Eu já esperava que isso fosse acontecer. Bom, se ela chegou puta, então ele ainda vai me passar tudo.— falei com tranquilidade.

—É, ele vai! Ela pediu pra eu te mandar mensagem pedindo pra se encontrar com ela pra você assinar os papéis.

—já?— não esperava que fosse conseguir tão rápido.

—Sim.. Ja!— disse sorrindo.

—Ela disse pra eu manter distância de você porque está se tornando uma mulher deplorável.— disse rindo.

—E o filho prostituto dela não pode ficar perto de uma pessoa assim.—continuei de forma irônica.

—Se algum dia ela descobrir isso... — riu.

— se algum dia alguém descobrir que você fode a sua prima de primeiro grau...— fingi decepção e logo caímos na gargalhada.

—A gente nunca vai poder casar Cice...— lamentou fechando o sorriso.

—E quem disse que precisamos estar casados pra sermos felizes?—perguntei.—Nós estamos fazendo tanto um pelo outro.. Estamos fazendo tanto pra podermos viver bem daqui um tempo...

—E nós vamos!—me abraçou forte enquanto caiamos na cama.

—Eu só queria poder ser apenas sua. Sem precisar nos preocupar com laços de sangue, com dinheiro, com tudo isso!— falei quase chorando.

—Isso vai acontecer num futuro mais próximo do que você imagina!

—E quando eu casar com o velho? Como me livro dele depois? Não tenho paciência pra esperar até a morte!

—Não dá pra ser tudo perfeito, Clarice!

—É...

Decidimos cozinhar. Éramos bom fazendo as coisas juntos.

—Meu aniversário tá chegando, e eu vou fazer uma festa!—Ele iniciou um novo assunto.— e eu penso em convidar a Loise.

— convide. Sinto saudade dela. Não da buceta dela, ela em si mesmo..

—Ela ainda acha que enganava a gente.— gargalhamos.

Loise transava comigo, depois com Otávio e achava que nos enganava, mas nosso caso está de pé desde antes de conhecermos ela, então, a enganada era ela.

—Eu não quero que você fique com ela caso você queira ou ela tente!— tentei ser o mais suave possível.

—Se você não quer, eu não vou!— me respondeu.— mas exijo o mesmo.

—Se estou pedindo a você, certamente não farei.

—então tá tudo bem!— disse e me beijou.

Depois de fazer o almoço, logicamente comemos e fomos ver algum filme.

Quer dizer, ouvir o filme, porque durante as duas horas, nós transamos.

Não entendo de onde vem tanta disposição e vontade. Somos pior que coelhos.

—Cice... E se algum dia você acabar engravidando mesmo?— me perguntou enquanto eu me deitava em cima dele.

—Aborto, adoção...

—Não Cice... E se você tivesse um filho nosso?

—A mesma opção!

—Você não iria gostar? Um filho meu e seu. Nosso amor em um bebê!

—Não, Otávio! Eu não quero um filho nunca na minha vida!

Eu não tenho medo de engravidar. Posso abortar, posso por na adoção. O que eu não quero é ficar com uma criança!

—Clarice, sua mãe também dizia isso, mas hoje você tá aqui!

—Eu não sou minha mãe!

—Eu quero ficar com você pro resto da minha vida, e tenho o sonho de ter um filho. Quero ele com você!

—Eu não quero isso, Otávio.

—Eu não to pedindo agora! Só to querendo te convencer a me dar um filho. Nós vamos sumir daqui e poderemos ter quantos filhos quiséssemos.

—Mas eu não quero um filho!—nessa hora eu já estava aborrecida.— não existe nesse mundo quem me convença a ter um!

—Tudo bem.— me respondeu em sussurro.

—Vamos aproveitar a vida. Viver juntos, Transar todo dia, Gastar o dinheiro que vamos ter com a gente mesmo.— esquece essa coisa de filho!

—É meu sonho, Cice...

—Nós somos primos. Tem grande chance de ele nascer com problema!

—Não é assim tão horrível. Não teríamos um monstro. Ele nasceria com alguma doença genética da nossa família que não manifestou na gente.

— primeiro que ele não nasceria, segundo que eu não quero ter um filho! Isso é um fardo! Um peso pro resto da vida! Eu tenho útero, sou fértil, mas é escolha minha, acima de tudo, ter ou não!

—Tudo bem, Clarice!— se levantou bruscamente.— vamos transar, gastar diheiro, e sem filhos!

—obrigada!
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Sem filhos galerinha, sem filhos

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