Amnesia {portuguese}

Capítulo 37

Fui acordada por uma mão forte agarrada à minha cintura, que me baloiçava levemente. Ainda antes de abrir os olhos senti que tinha a cabeça em cima das pernas de alguém. Ao abri-los, confirmei a minha suspeita de que a pessoa que me estava a tentar acordar era James que, assim que viu que estava acordada, pôs a mão na minha bochecha.

- A mãe dos miúdos já está a chegar princesa, achei melhor acordar-te.

- Obrigada por me teres acordado, queria ser eu a recebê-la. - sentei-me e esfreguei os olhos, tentando manter-me acordada e não deixando o cansaço consumir-me.

Sentei-me na cama e olhei em volta. Johan continuava a dormir, assim como a pequena Chrissy. De seguida olhei para James, que tinha um olhar exausto.

- Então, porque é que não dormiste?

- Eu, o Brad e o Con estivemos à espera das oito para conseguirmos falar com a senhora. Não queríamos que tu depois não ouvisses o telemóvel e ela ficasse preocupada. Eles acabaram de sair daqui, foram para os seus quartos. Mas como estavas a dormir no meu colo não queria acordar-te e além disso alguém tinha de te acordar...

- Ah... Desculpa James, a sério. Eu é que devia ter ficado acordada.

- Oh não sejas tonta, tu e o Tris mereciam descansar depois de terem ajudado aquela gente toda. - sorriu-me. - Foram uns heróis!

- Cala-te, que heróis? Nós simplesmente fizemos o que era preciso. Ninguém arriscou a vida para aquilo.

- Aí é que tu te enganas. O fogo consumiu aquelas casas todas, vi à bocado nas notícias da manhã. 

- Consumiu a dos meninos? - perguntei preocupada, olhando para as crianças, que pareciam pequenos anjinhos a dormir.

- Não faço ideia de onde era, mas não consumiu os últimos três pares de prédios apenas, incluindo o teu. De resto foi tudo com as chamas.

- Então eles ficaram sem casa! - exclamei aflita. - Como é que irei dizer isto à mãe dos meninos?

- Eles vão conseguir arranjar-se, vais ver. - tentou tranquilizar-me.

- James, para nós é fácil que nunca sentimos falta de dinheiro, e que nunca nos vimos numa situação destas. E além disso o pequenino disse-me que a mulher até dois empregos tem para conseguir sustentar a casa e os meninos, e pelo que percebi os meninos não têm com quem ficar enquanto a senhora está nos trabalhos...

- Isso é horrível! - exclamou ele.

- Pois, isso sei eu... Deve haver algo que eu possa fazer. 

- Tens muito tempo livre?

- Mais ou menos... Porquê?

- Podias tomar conta dos miúdos, não achas?

- É capaz de ser uma boa ideia... - pus-me a pensar.

- Então porque não? 

- Se a senhora confiar em mim talvez... - e com isto o telefone do quarto começou a tocar.

Estiquei-me para o tirar da mesinha de cabeceira e atendi a chamada. Só podia ser da recepção.

-  Senhor Simpson? 

- O Simpson está agora a dormir, o que deseja? - perguntei.

- Está aqui uma senhora que diz chamar-se Angelina que afirma que estão à sua espera.

- É verdade, mande-a subir por favor.

- Muito obrigado e continuação de boa estadia. - e desligou.