Capítulo 7

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Chegámos a casa de Kelly e a mãe veio-nos abrir a porta.

- Minha querida! – abraçou-me com força – Como estás? Estás melhor?

- Eu estou bem senhora Grande... Eu só ainda não me lembro de nada.

- Isso não é estar bem!

- Mãe, não sejas maçadora! – ouvi a voz de uma rapariga vinda de um quarto.

A senhora riu-se e levou-nos até ao quarto de onde tinha vindo a voz. Deitada na cama estava uma rapariga a sorrir-me.

- Princesa! Fico tão feliz por estares aqui e estares bem. – os olhos dela encheram-se de lágrimas e ela estendeu a mão para mim, a qual agarrei com receio – Senta-te aqui a meu lado.

Sentei-me na cama com cuidado e olhei para ela. A rapariga que supostamente era a minha melhor amiga estava com um aspeto super frágil que até me fazia impressão. Instintivamente, dei-lhe uma festa no cabelo.

- Não me lembro de ti... Mas, se eras a minha melhor amiga, só te desejo bem. Como estás tu?

- Não muito bem. Dói-me tudo. Mas os médicos dizem que vai passar, por isso tento agarrar-me a isso. E tu? Achas que vai passar?

- Eu tenho tido uns sonhos sobre coisas que aconteceram... Na verdade só tive um, mas acho que é bom sinal. Acho que tudo vai passar, pelo menos julga-se que sim.

- Espero bem que sim, estou mesmo a precisar da minha melhor amiga de volta. Não te quero apressar mas nem sabes a falta que me fazes!

- Lá por não me lembrar não quer dizer que não esteja aqui na mesma. Provavelmente será um bocado constrangedor como foi com o Luke – olhei para ele – Mas já está a começar a passar. Por isso tenho quase a certeza que contigo vai correr bem também! – sorri-lhe da forma mais simpática que consegui.

Ela sorriu e abraçou-me.

- Com esse coração lindo eu já sabia que me irias dar uma resposta assim. Gosto tanto de ti! – agarrou-me com força mas depois largou-me depressa e gemeu.

- Então? – assustei-me e olhei para ela.

- Desculpa, aleijei-me com isto. Como te tinha dito, estou cheia de dores... Toda queimadinha no peito! Mas vou fazer tratamentos e estas dores vão todas passar.

- Eu sei que sim. – dei-lhe um beijo na testa – E é melhor descansares, não achas? Eu volto noutra altura, prometo.

- Achas que podes vir passar cá uma noite, para conversarmos e isso? – reparei que a pergunta dela foi feita de forma acanhada, com medo da resposta.

- Claro que sim. Quando estiveres melhor eu volto. Prometo. – sorri-lhe e dei-lhe outro beijo na testa – Bom descanso. Quando quiseres manda mensagem sim? Estarei à espera.

- Obrigada por terem vindo, a sério.

- Ora essa, adeus. – sorri-lhe e Luke acenou-lhe, indo embora comigo.

Despedimo-nos da mãe da Kelly e fomos até ao carro.

- Onde é a próxima paragem menina? – perguntou Luke.

- Não sei, estou cansada. Apetece-me tomar um banho quente e ficar a ver um filme.

- Em minha casa ou na tua?

- Desta vez quero ir para a minha. Já a temos vazia e assim não estou a chatear a tua mãe.

- Oh amor mas tu não... - e calei-o com um beijo.

Amnesia {portuguese}Onde histórias criam vida. Descubra agora