Capítulo 13

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Acordei na cama do Brad. Só me lembro de ter adormecido na varanda quando o Sol nasceu, por isso, provavelmente, tinha sido ele a trazer-me para aqui.

Olhei em volta e percebi que estava sozinha. O Sol já estava alto e na varanda também não estava ninguém. Só aí me apercebi de um papel em cima da mesa de cabeceira com algo escrito.

"Prima viemos todos à piscina, não te quis acordar por isso se quiseres vem ter connosco.
Brad x"

Fui tomar um banho porque na verdade estava sem vontade de ir para a piscina.

Voltei para o quarto de James onde tinha algumas mudas de roupa. Ao entrar ouço o telefone do quarto a tocar. Era da receção.

- Sim?

"- Boa tarde. Está aqui uma pessoa que diz que você está à espera dela. Posso mandar subir?"

- Quem é? Se calhar foram os meus amigos.

"- Diz que se chama Luke. Quer que o mande embora?"

Engoli em seco.

- Não, não. Mande subir.

"- Obrigado e continuação de boa tarde."

Vesti-me à pressa e esperei por ele sentada na cama. Ouvi bater à porta e fui abrir. Lá estava ele com as suas roupas todas rasgadas, parecendo um bandido. Ri-me.

- O que foi? - ele olhou para si próprio.

- Tens os joelhos quase de fora.

- Ah. - riu-se - Fui eu que as cortei. É de propósito.

Deixei-o entrar e fechei a porta. Ele ficou a examinar o quarto.

- Este é o quarto do James ou o do Bradley?

- Do James e do Tristan. Eles estão a partilhá-lo.

- Ah... Deixaram-te sozinha?

- Só consegui adormecer quando o Sol estava a nascer por isso eles deixaram-me aqui a dormir e foram todos para a piscina.

- Ah... Está bem... Porque é que não conseguiste dormir?

- Olha, que pergunta. Se calhar porque não estou bem e estou cansada de tanta porcaria que tem acontecido desde o acidente.

- Ouve... Eu queria pedir-te desculpa.

Sentei-me na cama e olhei para ele.

- Eu... Eu sei que fui estúpido por ter agido da maneira como agi. Eu sei que deve estar a ser horrível para ti mas, acredita, também está a ser horrível para mim! Como achas que me sinto? A pessoa que me mudou, que me fez descobrir o que era amar, que me fez querer gritar ao mundo que a amo e que é a mulher da minha vida, a pessoa que me faz acordar todos os dias com um sorriso na cara, não se lembra de mim. Não se lembra de nada do que passámos juntos, não se lembrava sequer do meu nome. Eu não te culpo por nada porque sei que a culpada não és tu, mas magoa-me imenso ver-te a fugir-me dessa maneira e não poder fazer nada. Sinto-me culpado por tudo o que se tem passado e eu só te queria comigo a abraçar-me e a dizer-me que está tudo bem, como sempre foi. - ele começou a chorar e sentou-se a meu lado.

Fiquei a olhar para ele sem saber realmente o que haveria de fazer. Agarrei-lhe na mão e entrelacei os nossos dedos.

- Eu não te culpo por nada também. Tu não tiveste culpa de nada. Eu sei que deve estar a ser horrivelmente difícil para ti, e detesto ver-te assim. Eu já percebi o que nos une, mas o que tu me disseste magoou-me imenso. E saber daquilo que soube também me magoou imenso.

Amnesia {portuguese}Onde histórias criam vida. Descubra agora