Capítulo 25

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Não fiquei para observar aquela oferecida a meter-se com o meu namorado, como é óbvio. Saí daquele ambiente que parecia ainda mais claustrofóbico e fui para a rua, onde senti um frio horrível. Sentei-me no passeio a olhar para a água e descalcei-me, sentindo a areia nos pés.

- Queres o meu casaco? - olhei para cima e Tristan sorriu-me, sentando-se a meu lado. - O Brad dizia-me que eras inteligente, mas vir para aqui com o frio que está sem um casaco sequer requer um bocado de burrice da tua parte.

Ri-me e olhei para ele.

- Não poderia concordar mais contigo! Consigo mesmo ser uma burra quando quero. Mas pronto... Que fazes cá fora?

- Para dizer a verdade não me sinto muito bem lá dentro. É super claustrofóbico. Toda a gente apertada a roçarem-se uns nos outros porque não há espaço nenhum para se movimentarem. Detesto completamente. - atirou-me o casaco para o colo e tirou de lá um maço de cigarros - Fumas?

- Acho que não... obrigada. - vesti o casaco, que me ficava a boiar, e fiquei a observar o mar enquanto Tristan acendia o seu cigarro e voltava a colocar o maço e o isqueiro no bolso.

- Fazes tu bem, isto só faz mal. O problema é que antes eu era um puto estúpido que achava que isto fazia com que eu parecesse mais fixe, mas só me faz parecer canceroso.

- Ai credo rapaz, não se brinca com coisas sérias. Mas afasta-te lá um bocadinho que esse fumo está a irritar-me. - ri-me.

- Anda ali molhar os pés comigo, assim contra o vento o fumo vai embora. E ao mesmo tempo fugimos da música de porcaria que eles metem lá dentro.

Levantámo-nos e dirigimo-nos à água.

- Olha que tu também não deves ser muito inteligente, se o tempo está frio a água ainda vai estar pior...

- Aí é que tu te enganas, minha cara. Quanto mais frio está mais quente a água fica, principalmente quando chove. Não sei porquê, mas é a verdade.

Ganhei coragem e decidi molhar os pés e experimentar a água. Inspirei fundo e andei na sua direcção mas, quando esta me tocou, senti quente em vez de frio. Tristan tinha razão.

- Afinal tinhas razão!

- Eu tenho sempre razão, priminha. Então mas e diz-me lá, porque é que tu vieste para aqui?

- Bem... Eu pessoalmente descobri que também não gosto muito daquele ambiente... E o Brad estava agarrado aos beijos a uma qualquer, o James estava todo bêbedo pelo que me pareceu quando o vi a dançar, e o Luke tinha uma gaja a roçar-se toda nele... E eu não gostei. Além disso eu como não te conheço quase, nem a ti nem ao Connor, comecei a sentir-me um bocado sozinha...

- O teu namorado tinha uma gaja a roçar-se e não fez nada? Das duas uma, ou é estúpido ou então é porque com o espaço que aquilo não tem ela aproveitou-se e ele não podia fazer nada. Mas se calhar também não ficaste tempo nenhum a verificar. Quanto ao James, ele é mesmo assim, ama festas. E o Brad é só estúpido e deve estar a tentar ou esquecer-te ou fazer ciúmes, mas acho que não consegue nem uma coisa nem outra, mas enfim, ele é mesmo só estúpido.

Olhei para ele e ri-me.

- O meu primo tem é sorte em ter amigos como vocês, vocês são mesmo brutais. Quem me dera a mim estar rodeada de pessoas assim.

- Então e tu não tens amigos? - olhou para mim desconfiado, mas depois a sua expressão modificou-se completamente. - Ai desculpa priminha, eu esqueci-me.

- Não faz mal. Eu ter tenho mas sei que acho que só tenho mesmo o Luke e a minha melhor amiga, porque dois morreram no acidente e os que me vieram visitar ao hospital nunca mais me disseram nada nem se lembraram de mim... Portanto não sei, não devo ter muitos. E por que raio é que me chamas de priminha?

Amnesia {portuguese}Onde histórias criam vida. Descubra agora