Capítulo 20.

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Dez de fevereiro...
Maya.

Suspiro tentando tomar coragem para sair do conforto da cama para poder ir tomar banho, mas é ainda mais difícil quando o meu corpo só clama por mais alguns minutos de sono e sei que se eu me render ao meu desejo, irei chegar atrasada ao colégio e estou apenas na primeira semana de aula, não sei se os professores são gentis quanto o da minha antiga cidade para me deixar entrar na sala atrasada.

Me sento na cama, deixando de lado o edredom e colocando meus pés nas pantufas, levantando em uma lentidão de dar inveja as preguiças. Arrasto meus pés até a porta do quarto, coçando os meus olhos e começando a ir na direção do quarto da minha avó, querendo confimar se aquele tarado do banheiro, invasor de casas alheias e ladrão de livros estava falando a verdade.

Ontem dormi com isso na cabeça, pois vovó já tinha ido dormir quando cheguei!

Aperto minha mão na maçaneta, abrindo ela lentamente para não fazer barulho caso minha avó esteja dormindo, o que foi uma decisão certa a se fazer, pois ela ainda está dormindo. Fecho a porta sem fazer barulho e ando rapidamente para o meu quarto, pois conheço uma pessoa que não ficaria irritado caso acorde ele ou esteja com uma extrema preguiça matinal.

Pego meu celular em cima da mesinha, discando o número do Noah e começando a andar na direção da escada enquanto espero ele atender.

Ligação on...

—Maya, bom dia, por que está me ligando? Você não vai para o colégio hoje? Está doente ou quebrou o braço direito e não pode mais escrever por algumas semanas? Ou precisa de carona para ir ao colégio? Ou...

Ei, Noah, calma, não é nada disso, eu só estou curiosa com algo e não queria esperar até que Elisa chegue para irmos ao colégio juntas!– interrompo ele, terminando de descer os degraus da escada e caminhando para cozinha.

—Ata, entendi!

Alguém me contou que existe lobos morando na floresta, não entendi direito, mas parece que a parte onde eu moro é privada para eles. Isso é verdade?– digo tirando a jarra de suco na geladeira e a colocando sobre a mesa.

Sim, é verdade, mas relaxa que eles não vão arrancar cada parte do seu corpo e sair dividindo para todos da alcatéia, pelo menos não todos!

—Como você fica tranquilo com isso?

Acho que é porque já toquei em alguns, claro que foi junto com seus treinadores, já que eles se sentem mais confortáveis e são carinhosos apenas com as pessoas emocionalmente proximas!

Não há possibilidades de algum invadir a cidade ou do nada aparecer na frente da minha casa, né?– pergunto  me sentando na cadeira depois de ter colocado tudo que preciso.

Que nada, tem pessoas que cuidam disso, pode ficar relaxada. Mas agora estou curioso com algo, como foi que você soube sobre a existência desses animais?

—Ah, ainda não te contei da minha quase morte. Quando eu estava voltando para casa, andando porque não achei táxi, um garoto apareceu do nada e ainda por cima era de noite, juro que pensei que ia morrer ali mesmo, pois esse garoto já apareceu para mim algumas vezes e não foram muito agradáveis...– paro de falar e de cortar meu pão quando ouço a risada do Noah.

Desculpa, é que eu ia cair aqui, pode continuar!

Então, esse garoto estava com um seringa enorme na mão e eu achei que iria ter um colapso, pois na última vez que eu vi ele, o mesmo estava tentando entrar em um banheiro feminino e a primeira vez que o conheci, ele tentou entrar na minha casa e joguei meu livro nele, agora nunca mais vou o ter de volta...– digo e mordo um pedaço do meu sanduíche que acabei de fazer, ouvindo novamente a risada do Noah.

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora