Vinte e cinco de Janeiro...
Maya.Passo mais uma vez a mão em meus fios castanhos escuros enquanto vejo o meu reflexo no espelho. A calça jeans e o moletom branco vai me proteger do vento gélido de hoje, mas só em pensar que irei sair de casa daqui a alguns minutos me deixa com uma imensa preguiça.
Só que se você não for hoje, não irá nem tão cedo!
Pego o meu livro para me distrair na praça e o meu celular, caso o enredo do livro se torne entediante, abro a porta do quarto e desço os degraus da escada com calma, encontrando minha avó na sala assistindo algum filme que não consegui identificar.
—Vó, já estou indo para a praça, mas irei voltar antes que escureça!
—Tudo bem, mas não entre na floresta, você pode se perder, apenas siga a estrada que logo irá ver a praça!– vovó olha para mim e confirmo com a cabeça.
—Tchau, vó!– abro a porta da frente e saio por ela.
—Tchau, querida, boa sorte!
—Obrigada!– fecho a porta e começo a caminhar pela estrada.
Abraço o meu livro ao sentir arrependimento por ter saido de dentro de casa, o vento parece que aumenta cada vez mais em cada passo que eu dou, balançando as folhas das árvores de portes grandes, sem sinal de qualquer barulho sem ser o vento se chocando nelas. Mesmo que as árvores estejam separadas umas das outras, às folhas delas não facilitam para a iluminação da floresta, mas possa ser que no verão melhore, pelo menos é o que eu acho ao olhar para os lados e não conseguir enxergar muito bem dentro dela.
A curiosidade de adentrá-la um dia é retraida pelo medo que se apossa em mim só de imaginar o que há dentro dela, talvez isso seja efeito dos filmes de terror que já assisti, mas de qualquer forma ela me deixa instigada, e fico decidida que ainda irei adentrá-la, nem que seja só por alguns minutos.
Ela é inofensiva, eu acho!
A falta de iluminação está me dando agonia de tentar avistar mais coisa nela e não conseguir, paro os meus passos e me aproximo devagar em uma das árvores, me apoiando nela para tentar avistar melhor as plantas e troncos na floresta.
Será que tem algum animal nela? Claro que deve ter, Maya, que pergunta mais idiota!
Dou apenas três passos, só para ver se encontro algum coelho nos arbustos, mesmo que seja uma chance mínima disso acontecer. A estrada está apenas a alguns passos de mim e não há problema em apenas checar se encontro algum animalzinho. Passo minhas mãos pela planta, frustrada por não haver nada escondida nela.
Mas talvez aqueles arbustos tenha algum!
Quando estava pronta para procurar em mais um arbusto, algo me atinge na cabeça e começo a resmungar de dor, olho para os meus pés e percebo uma pinha perto deles.
De novo? Sou muito sortuda com pinhas!
Me viro e caminho de volta para a estrada, massageando o lugar acertado e voltando a andar na direção da praça, sem nenhuma vontade de procurar mais nada.
O silêncio de antes é substituído por risadas baixas e gritos de algumas crianças quando enfim consigo chegar até a praça. Não há muitas pessoas nela, e mesmo se tivesse, ela iria ser difícil de ser lotada, pois ela é extremamente grande. Há vários brinquedos diferentes no parque, que algumas crianças estão aproveitando, também contém gramas verdes em uma boa parte da praça, com bancos e chafariz.
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Meu Vigia Noturno II
Werewolf[Em hiato] Era para ser apenas uma experiência agradável ao lado de sua avó, ao lado da pessoa que mais ama e que se recusa um dia ter que morar em outro lugar que não seja a cidade rodeada por uma imensa floresta, distante das civilizações humanas...