Capítulo 27.

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Doze de Março...
Noah.

Deixo o pacote de biscoito em cima do balcão, levantando uma das minhas sobrancelhas quando Henry entra na cozinha suspeito demais ao esconder algo atrás de suas costas e com um sorriso que ele sempre nos dá quando faz algo de errado. E assim que ele se aproxima, me inclino no balcão para poder visualizar o que ele está escondendo, interligando tudo ao perceber o conteúdo da sacola.

Potes de sorvetes.

—Tia Nanda, você poderia me dar dez minutos para conversar a sós com os meus irmãos?– estreito meus olhos na direção de Henry, sem querer dar o braço a torcer, pois ao contrário da Mia, eu sou rancoroso.

—Tudo bem, mas não demorem muito, preciso terminar essa comida antes que os amigos de vocês cheguem!– Tia Nanda indaga retirando o avental assim como a Mia, que estava ajudando ela na cozinha.

—É algo importante?– Mia diz sem conseguir conter a animação e senta ao meu lado, esperando Henry começar a falar.

—Muito importante. Talvez vocês possam ficar um pouco bravos comigo pela demora de contar, mas é tantas coisas que está acontecendo nas outras alcatéias e agora que eu encontrei minha companheira...– Henry diz cada palavra com calma, observando nossas reações.

—Uou, finalmente você encontrou ela!– Mia dá leves pulos do banco, sorrindo largo para Henry, que franze o cenho, e apenas volto a comer o meu biscoito.

—Como vocês descobriram?– solto um riso fraco quando seu semblante trasmite surpresa ao perguntar.

—Foi fácil, suas ações estavam estranhas e seu interesse pela Maya não era apenas porque ela é uma humana novata na alcatéia!– Mia diz roubando meu último biscoito do pacote, me fazendo franzir os lábios e as sobrancelhas pela audácia dela.

—Vocês também sabem que é a Maya?– volto minha atenção ao Henry, que está com as orelhas levemente avermelhadas e reprimo o riso.

—Sabemos mais do que você imagina!– sorrio provocante ao lembrar de tudo que Maya me contou.

—Zeus!– ele passa as mãos no rosto, apoiando os cotovelos no balcão.—Eu só queria contar que encontrei ela e depois me redimir pela demora, não pensei que vocês já sabiam de praticamente tudo!

—Isso que dá não ter nos contado antes, tivemos que conseguir informações do nosso jeito!

—Noah, já passou, ele tem os motivos dele!

—Mas moramos na mesma casa, era só nos chamar para conversar como agora!

—Ok, ok, eu errei, ainda mais porque lembro do juramento que fizemos quando éramos menor de evitar guardar segredos importantes!– Henry suspira retirando as mãos do rosto e pega a sacola que ele deixou ao seu lado, colocando em cima do balcão.

—Nem vem tentar nos persuadir com sorvetes, foram quase dois meses de espera!– exclamo desviando o olhar dos sorvetes para não cair em tentação.

—Mas eu comprei os sabores favoritos de vocês em uma forma de me desculpar.

—Tem de ovomaltine, baunilha e oreo?– pergunto entusiasmado, observando ele confirmar com a cabeça logo em seguida.—Tá desculpado, maninho, tudo no seu tempo!

—Verdade, e como eu disse antes, você teve seus motivos!– Mia mexe na sacola, me entregando o pote de baunilha e logo desço do banco alto para poder pegar uma colher no armário.

—Quero pedir algo importante para vocês. Ninguém pode ficar sabendo sobre a Maya, mesmo se essa pessoa seja confiável, não quero que a Maya vire um alvo!

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora