Capítulo 25.

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Vinte e cinco de Fevereiro...
Noah.

Me aproximo do grande espelho que tem no meu quarto, me analisando dos pés à cabeça e percebendo o quanto eu fico lindo até com esssa blusa de moletom que praticamente me engole, mas preciso continuar usando blusas assim para evitar que a Maya perceba que os machucados dos meus braços se curaram mais rápido do que o esperado e nem ao menos deixaram cicatrizes.

Vida de quase melhor amigo de uma humana é foda, bem que o Henry poderia adiantar o processo para a Maya descobrir que convive com seres sobrenaturais logo, iria facilitar muito, ainda mais para os adolescentes marcados no nosso colégio que não iriam precisar ficar escondendo as marcas para que a Maya não perceba, não iriam precisar se controlar para não rosnar perto dela, ou mostrar qualquer sinais estranhos.

E eu sinceramente não sei como não deu merda ainda!

Mas também entendo que contar tudo de vez pode assustá-la e que talvez ela possa não querer conviver mais na nossa alcatéia, do jeito que ela é medrosa, e eu tenho certeza que essa possibilidade assusta o Henry, ainda mais por conta da intensidade que um lobo de um supremo tem de querer ficar perto da companheira, não importando o tipo de relação que eles construam.

E parando para pensar, Henry nem ao menos me contou que encontrou a companheira dele!

Melhor esperar para ver até quando ele irá continuar omitindo isso de mim e da Mia, mas dessa vez ele não irá me comprar com potes de sorvetes, não mesmo.

Passo as mãos nos fios do meu cabelo, andando mais devagar do que eu sou acostumado até a cadeira da escrivaninha, onde minha mochila se encontra e a pego, colocando ela sobre os meus ombros e começando a andar até a saída do quarto, sem poder correr porque por mais que os machucados superficiais nos braços e bochecha tenham se curado, minha coxa direita ainda não, mesmo com a minha capacidade de cura um pouco mais rápida.

Mas pelo menos não estou mais deitado na cama o dia todo sem fazer nada!

—Cadê a Mia?– pergunto assim que desço da escada e encontro o Henry mexendo no celular.

—Ela desligou a chamada com a Lotte agora e está saindo do quarto.– Henry diz guardando o celular no bolso.—E agora descendo as escadas, quase chegando. Três, dois, um...

—Estou pronta, vamos?– Mia aparece assim que Henry acaba de falar.

—Vamos. Mas, Henry, supremo mais lindo que eu já conheci, me leva nas suas costas até o carro? Me exercitei muito descendo e subindo essa escada hoje!

—De novo? Tô começando a achar que você está se aproveitando demais!

—Ainda estou me recuperando e você é meu irmão mais velho forte pra cacete, o que custa me levar nas suas costas? Eu nem peso tanto assim e...

—Ok, ok, eu nem tinha negado!– ele retira a mochila das costas e agacha um pouco para que eu consiga pular nelas.

—Carrega minha mochila? Tá pesada demais hoje!– Mia indaga entregando a mochila para o Henry, andando na nossa frente.

—Exploradores!

Desço das costas do Henry assim que chegamos na garagem e abro a porta de trás do carro, adentrando ele e me lembrando que Leon vai me ensinar um pouco de Lacrosse que aprendeu nos treinos que tive que faltar.

—Henry, seu treino de futebol americano vai ser de manhã ou de tarde?– pergunto percebendo a jaqueta do time que ele está usando.

—De manhã, por quê?

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora