Capítulo 16.

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Nove de fevereiro...
Maya.

Em apenas alguns segundos, retiro a toalha do meu corpo e visto o mais rápido que consigo as peças de roupa que achei mais adequada para primeira semana de aula, e sento na mármore do banheiro para poder calçar as botas de cano baixo felpudas.

Desço da mármore e jogo o meu pijama no cesto de roupas sujas, logo saio de dentro do banheiro e começo a descer os degraus da escada, repassando na mente tudo que coloquei na mochila para ir na casa do Leon depois do colégio, já que ele se ofereceu para que Lisa e eu tome banho lá, o que ocasionou em um Noah emburrado por não ir também, mas não durou muito, pois o Leon logo chamou ele também.

Avisto minha avó anotando algo em cima da mesa com algumas comidas já postas, vou até ela e dou um beijo em sua cabeça, retirando a sua atenção do papel.

—O que está escrevendo?– pergunto me sentando na cadeira.

—Algumas coisas que está faltando na dispensa, mas não sei se vou comprar hoje, a dor de cabeça resolveu atacar!

—Já que eu vou pro shopping, posso comprar lá antes de vim!– coloco um pouco de suco de laranja no copo.

—Ah, é mesmo, já estava me esquecendo disso. Vou pegar o cartão!– ela levanta da cadeira e passo geleia na torrada, mordendo ela logo em seguida.

—Não vou chegar muito tarde, o Noah disse que o motorista dele irá nos trazer!– digo assim que ela aparece novamente na cozinha e me entrega o cartão junto com a lista.

Levo o copo rente aos meus lábios e começo a beber o conteúdo dele, me deliciando com o suco de laranja. Deixo o copo vazio em cima da mesa e pego um dos morangos do pote, começando a comê-los, mas a campainha toca e me levanto para abrir a porta.

—Está pronta?– Elisa diz assim que abro a porta.

—Estou sim, só vou pegar minha mochila!– caminho até o sofá, onde minha mochila se encontra.

—Bom dia, dona Laura!

—Bom dia, Elisa, quer comer?

—Não, obrigada, já tomei café!

_Tchau, vó!– falo alto enquanto me aproximo da porta após colocar a alça da mochila em um dos meus ombros.

—Tchau, meninas!

Fecho a porta e pego minhas luvas dentro do bolso do casaco, usando elas enquanto caminho ao lado de Elisa, que está agasalhada assim como eu.

—Maya, você sabe que uma das coisas que mais detesto são pessoas que não respeitam a diversidade, que tem preconceito com o diferente...– olho para ela sem entender na onde ela quer chegar e começo a caminhar mais devagar ao seu lado, percebendo o seu olhar sobre mim.

—Sim, não somos amigas há anos, mas esses dias que convivi com vocês, consegui conhecer um pouco mais de cada um, sei muito bem que os preconceitos que existe na minha antiga cidade não está presente nessa, não está presente em vocês!

-Essa cidade pode parecer tranquila em questão de sexualidade, mas não se engane, as pessoas que habitam ela podem ser muito preconceituosos e maldosos!

—Não entendo no que você quer chegar. Pode confiar em mim, se for dúvidas sobre os meus pensamentos diante os gêneros, pode ficar tranquila que não sou escrota em relação a isso!

—Foi o que eu pensei, mas precisava comprovar. Não me leve a mal, precisava ter certeza que não estava criando laços de amizade com alguém de cérebro pequeno!– ela sorrir para mim e acabo rindo de leve.

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora