Capítulo 14.

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Oito de Fevereiro...
Maya.

Cruzo as pernas, tentando diminuir a minha vontade de ir no banheiro, minha bexiga está cheia e não aguento mais segurar.

Sabia que não deveria ter bebido aquela garrafa cheia de água!

Pego o meu celular, percebendo que são onze horas da manhã e ainda falta uma hora para o intervalo pro almoço. Olho para trás e percebo o Leon quase dormindo sentado enquanto o Noah balança os pés embaixo da mesa, tentando prestar atenção na explicação da professora de história na frente da sala, as vezes ele para de mexer os pés e começa a tocar nos seus matérias escolar, rasgando a folha de papel em pedaços pequenos sem ao menos perceber.

Me viro para frente e levanto da cadeira, deixando a timidez ir embora do meu corpo, pois em casos extremos temos que fazer isso, mesmo que eu seja nova e nem esteja lembrando do nome dessa mulher. Toco no ombro dela, que para de escrever no quadro e olha para mim.

—Professora, eu posso ir no banheiro? Eu realmente estou precisando ir!

—Claro, mas não demore para não perder as explicações!– confirmo com a cabeça e deixo a sala quase correndo.

Percorro o meu olhar pelo extenso corredor vazio, procurando a porta do banheiro feminino que a Lotte me disse ter no segundo andar. Agradeço mentalmente quando avisto a placa do banheiro feminino, corro até ele, adentrando as pressas e notando que não há ninguém dentro dele.

Nossa, até o banheiro dessa escola é lindo!

Deixo de lado a minha curiosidade para analisar o local e entro em uma das cabines, pretendendo voltar rápido para a sala. Termino de fazer minhas necessidades e lavo minhas mãos, aquecendo elas para que sequem rápido e ajeito o gorro branco em minha cabeça. Começo a me analisar pelo espelho, mas acabo me lembrando que tenho que voltar para a sala.

Levo uma das minhas mãos para a maçaneta da porta, a abrindo de vez e reprimindo um grito logo em seguida com a figura de um garoto parado prestes a abrir a porta.

Ai meu deus, é o mesmo garoto louco que apareceu lá em casa!

Ponho a mão no coração, tentando acalmar as batidas dele e voltar a respirar normalmente, mas está sendo impossível, esse garoto está me dando medo, primeiro foi lá em casa e agora no colégio.

O analiso dos pés à cabeça, percebendo apenas agora o quanto ele é lindo. Seu maxilar está levemente tensionado, enquanto sua língua passa lentamente pelos seus lábios que segundos atrás estavam secos, e me perco por alguns segundos nesse local antes de subir o meu olhar por todo o seu rosto, admirando desde a pele bronzeada até os fios em um loiro escuro, fazendo com que as pontas dos meus dedos cocem, desejando acariciá-los para sentir o quanto são macios, e esse desejo aumenta ainda mais quando uma de suas mãos fazem o que eu quero fazer. Seus dedos deslizam pelos fios de sua nuca, os pressionando entre seus dedos e os puxando levemente, me dando a visão da pele de sua mão que não está coberta pela jaqueta jeans em um tom branco, mostrando os anéis em alguns dos dedos e as veias que percorrem um caminho para dentro da manga da jaqueta, me privando do resto de seu braço.

Novamente, volto a observar seu rosto, percebendo que agora os seus dentes estão capturando uma pequena porcentagem da pele do seu lábio inferior, com isso acabo subindo lentamente o meu olhar para os seus olhos esverdeados em uma tonalidade clara que se fixam nos meus, abaixo de um deles há uma pequena pintinha, extremamente adorável que apenas deixa o seu rosto ainda mais bonito, mas só agora percebo o que eu estava fazendo.

Meu deus, eu estava mesmo secando o garoto estranho na cara dura?

Mordo meu lábio inferior, desviando o meu olhar para o chão, sem saber o que falar, mas me lembro de algo importante que não reparei antes de babar nesse garoto.

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora