Capítulo 3.

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Vinte de Janeiro...
Noah.

Coloco o perfume de volta ao seu lugar depois de o usar e ouço a porta do meu quarto se abrindo, revelando um Henry concentrado no celular e caminhando até mim sem ao menos olhar para a frente, quando penso que ele iria se esbarrar em mim, o mesmo parou no lugar e tirou sua atenção do celular pra olhar para mim.

—Como você sabia que eu estava nesse canto do quarto? Você tem um terceiro olho e eu não sabia? Bem que seria engraçado um terceiro olho na sua testa, iria parecer um alienígina e talvez eu iria ficar um pouco com medo, mas eu fico com medo de quase tudo, não é bem quase tudo, é só as coisas que me assustam e um terceiro olho iria realmente me assustar, sem contar que estragaria a aparência do alfa supremo sedutor que você tem!

—O que? Noah, eu só vim aqui dizer que nossos pais estão nos esperando! As vezes você é um pouco estranho, mas esse estranho te torna especial, baixinho.– Henry rir e acaricia os meus fios castanhos.

—Eu não sou baixinho!– cruzo os meus braços, evitando olhar para cima.

Só é alguns centímetros a menos!

—Você com certeza é baixinho! Agora vamos descer que nossos pais estão nos esperando!– confirmo com a cabeça, o seguindo para fora do quarto.—E que história é essa de alfa supremo sedutor?

—Vai me dizer que você não percebe as garotas quase quebrando o pescoço para poder te olhar?– olho para ele desconfiado, que finge não entender o que eu falei.—Nem vem se fazendo de desentendido! Você sabe que o Lobo asiático e você são os mais concorridos nessa alcateia, não só nela! O que me deixa abismado é o péssimo gosto que eles têm. Não com você, é claro, a beleza puxou da família!

—E você não é uma dessas pessoas que acham o Josh lindo? E nem adianta mentir porque eu já te peguei o olhando várias vezes!

Puta que pariu, fui pego no pulo!

—Estar olhando para alguém não quer dizer que o acha bonito, pois é difícil ter alguém perto de si e não olhá-lo, já que os olhos servem para isso, e mamãe sempre diz que é falta de educação ignorar alguém que faz parte da nossa família!– disse as únicas coisas que se passaram pela minha mente.

—Vou fingir que acredito nessa sua explicação!

Suspiro aliviado por termos chegado na sala, pois Henry é lerdo em muitas coisas, mas quando é para ser lerdo, ele não é. Finjo uma tosse para os nossos pais entenderem que já estamos presentes e pararem de se beijarem, o que funcionou, pois eles nos olham sorrindo e se levantam do sofá.

—Vamos, pois já estão nos esperando no restaurante!– papai segura a mão da minha mãe e levanta do sofá.

—Eu posso ser lerdo, mas as vezes vocês são piores que eu!– Henry sussurra perto do meu ouvido antes de caminhar para fora de casa.

Os meus pés congelam no chão e fico tentando achar alguma lógica, mas isso não dura mais que dez segundos, pois dou de ombros e vou em direção à porta, fechando assim que passo por ela.

As vezes tentar não entender é a melhor coisa a se fazer!

Começo a caminhar pelo jardim até a garagem, entro dentro do carro, ficando no banco de trás com o Henry, que volta a mexer no celular e fico pensando no meu presente de aniversário que ganhei alguns dias antes do planejado.

Talvez eu tenha ficado colado nos meus pais, pedindo para saber o que tinha no embrulho de presente no quarto deles, e talvez eles não tenham conseguido aguentar por muito tempo e tenha entregado o meu presente e o da Mia, que me ajudou a convencer eles, antes do dia. O dela foi ingressos para o show de um cantor que ela gosta e o meu foi um novo computador, o antigo eu quebrei sem querer enquanto jogava.

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora