Vinte e três de Janeiro...
Noah.Jogo o meu celular na cama, me jogando nela logo em seguida, com o meu rosto enfiado no travesseiro, mas logo o retiro de lá porque não sou imortal. Observo o meu quarto, cada canto dele, desde a mesa com o computador no canto do quarto até a TV em minha frente, todos já usados por mim e largados por se tornarem entediante.
Que tédio!
Levanto da minha cama rapidamente por lembrar da minha irmã e que talvez possamos sair do tédio indo para algum lugar ou jogando juntos. Saio do meu quarto e abro a porta do dela devagar, avistando apenas as pernas de Mia e de Lotte em cima da cama, que se mexem enquanto as duas sussurram algo uma para outra com uma parte dos seus corpos de cabeça para baixo.
Elas são estranhas!
Fecho a porta sem que elas percebam a minha presença e vou até a escadas, com a intenção de encontrar alguém no primeiro andar que possa me tirar do tédio. Desço os degraus rapidamente, encontrando a sala de estar vazia, com um silêncio estranho.
Suspiro frustrado e caminho para a cozinha, sem encontrar a tia Nanda nela, certamente, hoje deve ser a folga dela. Abro a geladeira e pego uma barra de chocolate meio amargo, abrindo ela com disposição para procurar em mais dois cômodos da casa que provavelmente alguém deve estar.
Abro a porta do escritório, encontrando ela vazia e a fecho logo em seguida, indo em direção ao comódo que minha mãe sempre está, a sala de cinema.
Sorrio ao abrir a porta e encontrando o único ser que habita essa casa que não está ocupada demais para mim, me sinto rejeitado pelo destino que me fez ficar sozinho nessa tarde tediosa.
-Mãe, posso ficar aqui?- pergunto fechando a porta e deixando o local escuro novamente, apenas com a iluminação do telão.
-Claro, meu neném, está carente?
-Estou sozinho, sem nada para fazer e sem ninguém para me dar atenção!- resmungo enquanto deito no sofá com minha cabeça apoiada em seu colo.
-Depois reclama quando te chamamos de neném!- mamãe começa a acariciar os meus fios castanhos e mordo mais um pedaço da barra de chocolate.
-Hoje eu deixo!- ela rir e tento prestar atenção no filme, mas não entendo nada.-Onde está o papai e o Henry?
-Esqueci de te avisar. Eles tiveram uma viagem imprevista hoje a tarde, mas não irão demorar para voltar!
-Mais viagens?- pergunto frustrado, entregando o chocolate para minha mãe.
-Sim, o Henry está com muitas responsabilidades, lidando com várias alcateias ao mesmo tempo, pelo menos o seu pai está o ajudando junto ao Josh.
-Eu sei que é o dever deles, mas queria que as viagens não fossem tão frequentes assim!
-Também não queria, meu amor, mas é necessário, apesar que eles já resolvem muitas coisas sem precisar estar viajando!
-E por que o Henry não tem mais betas? Ele pode ter mais de um!
-Porque para escolher um beta tem que haver muita confiança, o Josh não virou beta por acaso, ele conquistou a confiança do seu irmão.
Claro, eles se conhecem desde sempre!
-Ah, já estava esquecendo de lhe avisar, já avisei para a sua irmã, mas falta você, eu estou muito esquecida esses dias, espero que não seja velhice!
-Mãe, a senhora tem uma aparência de uma adolescente de dezessete anos! Agora me conta a novidade?
-Verdade, tem uma humana na alcateia!- meus olhos dobram de tamanho e encaro a minha mãe confuso.
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Meu Vigia Noturno II
Werewolf[Em hiato] Era para ser apenas uma experiência agradável ao lado de sua avó, ao lado da pessoa que mais ama e que se recusa um dia ter que morar em outro lugar que não seja a cidade rodeada por uma imensa floresta, distante das civilizações humanas...