Doze de Março...
Maya.Pisco algumas vezes, tentando focar minha visão no local com pouca iluminação ao acordar novamente de madrugada para ir ao banheiro, mas antes que eu me sente no colchão, a luz do corredor invade a sala quando a porta é aberta, me fazendo sorrir ao notar o Josh carregando um Noah adormecido nos seus braços e assim que ele começa a se aproximar, fecho meus olhos, fingindo estar dormindo.
Mas sem conseguir conter a curiosidade de olhar para a cena, abro meus olhos minimamente para que o Joshua não note que estou acordada, e novamente, sorrio quando ao invés de colocar o Noah no colchão no meio entre mim e Leon, ele o coloca no sofá macio, o cobrindo com um cobertor e apoiando a cabeça dele no travesseiro retirado do lugar vazio no colchão, o deixando confortável.
Eles são tão óbvios!
Assim que Joshua deixa o local e fecha a porta, me sento no colchão e observo os corpos adormecidos enquanto espero uns minutos para não me encontrar com o Joshua quando for ao banheiro, e sem querer, fico intrigada quando avisto uma das mãos de Elisa pousada sobre os fios cacheados de Lotte, como se estivesse pegado no sono com ela lá, ainda mais pela aproximação que elas estão dormindo.
Dou de ombros ao resolver parar de observar demais a vida amorosa dos outros e levanto do colchão, abrindo a porta com cuidado e olhando para os dois lados do corredor, agradecendo mentalmente pela luz estar ligada, pois essa casa é enorme demais e eu iria morrer de medo em andar por ela no escuro de madrugada.
Deus me livre, depois daquele dia estou evitando ficar no escuro sozinha!
Balanço minha cabeça com a intenção de tirar aquela imagem de olhos avermelhados da minha mente, tentando colocar nela que foi apenas uma ilusão e que não era nenhum demônio, nenhum espírito e nada macabro que pode aparecer novamente a qualquer instante nesse corredor enorme.
Para, Maya, tá tudo bem. Só foi um delírio muito realista e medonho!
Suspiro pesadamente e foco apenas nas instruções dadas pelo Noah. E seguindo elas, desço a escada para o segundo andar e abro a porta do banheiro, sentindo meus pés travarem no lugar quando avisto o corpo do Henry coberto apenas por uma cueca preta, imóvel virado na minha direção, com uma de suas mãos abrigando uma toalha posicionada nos seus fios úmidos e seu semblante perplexo me observando.
—Ai meu deus, eu não, eu não queria, não foi de propósito, eu não deveria ter entrado assim, eu não...– tento me explicar mesmo embolando tudo e me viro para trás com o rosto enterrado em minhas mãos.
Não acredito que eu fiz isso!
—Nós estamos começando a trocar os papéis aqui!– estremeço ouvindo sua voz e retiro minhas mãos do meu rosto, ainda me lamentando mentalmente da minha falta de atenção.
—Deus, eu só queria ir ao banheiro!– resmungo.
—Banheiro?– ele pergunta e ainda recuso a me virar.
—Sim, eu errei a porta do banheiro e acabei ocasionando nesse momento embaraçoso!
—Está tudo bem, eu também estava tão concentrado nos meus pensamentos que não ouvi você se aproximando e... Espera, você não estava no terceiro andar? Tem um banheiro lá e nos quartos de hóspedes.
—Mas eu só lembro do Noah falando sobre o banheiro do segundo andar...– ou eu sonhei com isso?—Me confundi, desculpa por abrir a porta do seu quarto assim!
—Não se preocupe, com toda a certeza, a culpa não foi sua!– seu tom divertido me faz relaxar mais por ele não estar brigando comigo.—Já que você tá aqui, tem um banheiro na segunda porta à direita do meu quarto!
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Meu Vigia Noturno II
Werewolf[Em hiato] Era para ser apenas uma experiência agradável ao lado de sua avó, ao lado da pessoa que mais ama e que se recusa um dia ter que morar em outro lugar que não seja a cidade rodeada por uma imensa floresta, distante das civilizações humanas...