Capítulo 13.

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Oito de Fevereiro...
Noah.

Meu corpo é levemente balançado e só consigo resmungar palavras desconexas enquanto a única coisa que desejo é voltar ao meu sono profundo, mas a mão que antes me balançava com leveza começa a me empurrar e ouço a voz da minha mãe invadir minha mente.

—Noah, você vai se atrasar no seu primeiro dia de aula. Você não colocou o despertador, garoto!– ela diz e começa a puxar a coberta do meu corpo.

—Só mais uns minutinhos, mãe!

—Nada disso, pode ir levantando que o café da manhã já está na mesa, vai tomar banho logo!

—Posso escovar os dentes e ir comer logo?– digo me rastejando para fora na cama.

—Tudo bem, mas você só tem cinquenta minutos para se arrumar e comer, não demore!– ela beija minha testa e sai pela porta do quarto.

Ando na direção do banheiro, me olhando no espelho e percebendo que meus fios estão todos embolados, espalhados para todos os cantos. Dou de ombros e começo a escovar os meus dentes.

Pelo menos hoje não irá ter tantas atividades assim!

Guardo a escova quando termino de escovar os meus dentes e me sinto mais desperto, lembrando que vou me encontrar com Leon e Maya na minha sala. Me apresso nos degraus da escada e quando estou perto da sala de jantar,  começo a andar devagar.

—Nem adianta fingir, porque eu ouvi os seus passos na escada. Eu já lhe disse para não correr descendo as escadas, depois quebra de novo uma parte do corpo e não sabe o motivo!

—Lobinha, você fazia o mesmo e ainda faz!– meu pai fala com um sorriso no rosto.

—Eu estou tentando manter a pose de responsável aqui!– ela resmunga e me sento ao lado da Mia.

—Vocês não estão animados para o primeiro dia de aula?– Mia alterna sua atenção para mim e Henry, que dá de ombros, sem desviar o olhar para sua refeição.

—Não, prefiro mais as férias. Você é estranha!– exclamo e pego a jarra de leite, o despejando no copo.

—Olha quem fala, o garoto que bebe leite puro todos os dias e fala sozinho pelos cantos!

Dou de ombros e me concentro em comer o pão de queijo em minha mão junto ao meu leite quente.

—Noah, nesse ano estou precisando encontrar novos jogadores para substituir todos os garotos do terceiro ano, incluindo eu, no time. Você sente vontade de entrar no futebol americano?– o olho com uma das minhas sobrancelha arqueada, ouvindo a voz do Henry que se tornou rara faz dias.

É sério que ele perguntou isso logo para mim? Abriu a boca pra perguntar logo isso?

Nem um pouco, prefiro ficar com o meu corpo inteiro, sendo que já no primeiro treino não iria restar nada de mim, um completo disperdício!– ele sorrir mínimo e balança a cabeça em negação.

—Eu iria reclamar do seu sedentarismo, mas não posso te julgar!– mamãe sorrir para mim.

—Você nunca participava de nenhum treino, sempre ficava longe de qualquer esporte!– papai rir de leve.

—Ainda bem que a Mia não puxou a mim...

—Ainda bem mesmo, estou ótima com o meu Taekwondo!

—Mas você não pensa em entrar em algum esporte no colégio nesse ano?– termino de comer o resto do meu pão de queijo enquanto observo papai falar comigo.

—Natação é molhada demais, Basquete cansa demais, Vôlei fico sem mão, Tênis tem aquela bolinha demoníaca que eu nunca consigo acertar, Futebol americano, Lacrosse, Judô e Taekwondo irão me deixar sem alguma parte do corpo. Então, não, não irei praticar nenhum!– sito os esportes que me lembro ter no meu colégio.

Meu Vigia Noturno IIOnde histórias criam vida. Descubra agora