Sete de Março...
Maya.Abro meus olhos de vagar, piscando algumas vezes para poder afastar as poucas lágrimas que se acumularam nele quando acabo bocejando e levo minha mão esquerda até eles, os coçando. Assim que tento me movimentar da cama, meus olhos dobram de tamanho e paro de me mexer, passando o olhar entre o braço onde minha cabeça está apoiada e o braço que rodeia meu corpo, e quase iria o agredir se imagens da noite passada não aparecessem em minha mente.
É o Henry... Meu deus, eu realmente passei a maior parte da festa beijando o irmão do meu melhor amigo!
Meus lábios se repuxam em um sorriso largo e meus músculos relaxam enquanto sinto a respiração calma dele batendo no meu ombro. Lembro-me que o mesmo queria me acompanhar até o quarto quando percebemos que já estava quase amanhecendo e que muitas pessoas já estavam indo embora, e assim que entramos, acabei pedindo para ele ficar mais um pouco porque não estava com sono e fiquei tão absorta em seus braços que não percebi que o mesmo estava sonolento.
Ele ficou tão bonitinho dormindo que não quis o acordar!
Queria poder ficar mais na cama, mas uma necessidade de ir ao banheiro se faz presente pela quantidade de líquido que bebi nessa madrugada. E sem querer o acordar, toco minha mão no seu braço para o remover de cima da minha cintura, mas assim que começo a minha tentativa, o Henry me puxa mais para perto e enterra o rosto no meu pescoço.
Prendo a respiração ao pensar que ele acordou, mas pela leve respiração que faz pequenas cócegas na pele do meu pescoço, acabo constatando que não. Tento me soltar novamente, só que parece que estou acorrentada com ferro resistente, a diferença é que os braços do Henry são extremamente quentes, uma quentura que não me deixa com calor e desconforto, muito pelo contrário, transmite uma mistura de sensações aconchegantes e prazerosas.
Suspiro chateada com o meu próprio corpo e sua necessidade de eliminar o líquido com micro-organismos nocivos para ele, pois eu só desejo continuar na cama e não ter que encarar um possível clima estranho caso o Henry acorde. Mas sem alternativa, começo a balançar o seu braço e a sussurrar o seu nome para ele acordar, o que não demora mais que dois segundos para perceber a sua movimentação atrás de mim ainda sem me soltar.
—Desculpa por te acordar, mas eu estou precisando levantar!– falo baixo e toco seu braço e logo ele levanta seu troco, sentando na cama com os fios loiros escuros em uma completa bagunça.
—Eu acabei pegando no sono, não queria invadir seu espaço pessoal enquanto dormia!– me sento na cama também ao escutar sua voz mais grave, e confesso que gostei muito dela desse jeito.
—Você me abraçar não invade o meu espaço pessoal, pode fazer isso quantas vezes quiser!– sorrio ao avistar seu sorriso largo com o seu rosto amassado do sono.
—Lembre-se sempre que foi você que altorizou!– ele estica os braços e me puxa para perto, me abraçando e dou uma leve risada, apoiando meu rosto no seu ombro.
—Pode deixar.
—O seu aroma é muito bom!– acabo sorrindo ainda mais com sua fala e sinto um arrepio quando a ponta do seu nariz toca a pele do meu pescoço.
Mas logo ele fica tenso e levanta o seu rosto, olhando para um ponto fixo na parede atrás de mim, e querendo saber o motivo do seu comportamento repentino, olho para trás, mas não encontro nada. Ele pisca algumas vezes, voltando a sua atenção para mim enquanto levanta da cama.
—Eu preciso resolver uma coisa, eu já volto!– Henry diz apressado e me surpreende ao deixar um beijo em minha testa antes de se afastar.—May!
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Meu Vigia Noturno II
Werewolf[Em hiato] Era para ser apenas uma experiência agradável ao lado de sua avó, ao lado da pessoa que mais ama e que se recusa um dia ter que morar em outro lugar que não seja a cidade rodeada por uma imensa floresta, distante das civilizações humanas...