LX

1.8K 195 63
                                    

A médica estava no quarto, limpando os ferimentos e passando os remédios necessários sobre os mesmos. Carl estava em casa, tomando banho e trocando de roupa, e claro, juntando suas coisas para irem embora quando April estivesse melhor.

- Seu ferimento do pescoço estava fechando. - a médica diz - Estamos indo bem!

April sorriu aliviada e pegou seu bloco de papel.

- Podemos treinar se você quiser

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Podemos treinar se você quiser. Assim você vai perceber se... - a porta se abriu e Rick entrou - Rick, o que faz aqui?

- Posso conversar com ela? Sozinho.

A médica encarou April e a viu assentir.

- Vou deixar vocês sozinhos.

A porta do quarto se fechou em um baque mudo. Rick parou em frente à April. Ele estava tão nervoso quanto ela. Seus lábios estavam secos e ele estava com o coração na mão.

- Com meu filho aqui, não teria como conversarmos. - ele começa -  Eu sinto muito pelo o que eu fiz April. Quando aconteceu eu só pensei no meu filho, pensei que ele precisava de um médico e deixei tudo acontecer. Não devia ter permitido que meia dúzia de palavras me convencessem que você devia ser levada. Olha onde e como você está. Eu te fiz sofrer, te fiz perder sua voz e te fiz...

April começou a rabiscar algumas palavras no papel, o que fez com que Rick parasse.

- Isso não é uma resposta pra quem te fez tão mal

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Isso não é uma resposta pra quem te fez tão mal. Você está sendo boazinha! Sempre foi na verdade.

April sorriu de lado e encarou as coisas ao seu redor,  antes de voltar a escrever em seu papel.

- Você  é uma das pessoas mais calmas que eu conheço

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


- Você  é uma das pessoas mais calmas que eu conheço.  Acho que é  por isso que dá tão certo com meu filho. Um calmo e outro mais estourado. Ele te ama, como eu nunca tinha visto ele amar alguém antes!

April sorriu novamente e confirmou.

Ela tinha aprendido a ser calma ao longo dos anos, aprendido a absorver as coisas que valiam a pena e jogado fora as coisas que não valiam a pena. As perdas, os poderes, as coisas que ela passava constantemente haviam feito ela ser quem ela era hoje.

- Eu fico feliz em saber que você o ama e que quer ver ele ao seu lado, mesmo eu não tendo dado os melhores indícios sobre isso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Eu fico feliz em saber que você o ama e que quer ver ele ao seu lado, mesmo eu não tendo dado os melhores indícios sobre isso. Peço desculpas mais uma vez pelo o que eu te fiz, e espero que possamos recomeçar.

Ela concordou um acenar e sorriu.

- Bom, vou te deixar descansar.

Rick deixou o quarto segundos depois, o que fez com que April suspirase pesado e pensasse nas coisas que ela havia passado. O perdão era realmente a melhor forma de continuar aquela relação com seu "futuro sogro"? Porque ela ainda sentia as dores dos dias que o médico a torturava e usava os instrumentos médicos nela enquanto fazia seus testes.

" Perdoar alguém é o maior livramento que você pode ter,  April! Por mais que doa olhar para pessoa e saber que ela foi a causadora de toda sua dor. Você precisa perdoar."

Sua mente gritava.

_

Horas mais tarde a dor consumiu o corpo de April, mas ela não chamou por ninguém, sua voz não saía e as coisas ao seu redor estavam distorcidas. Era parte do seu processo de cura e ela nem sabia.

O suor desceu por sua têmpora e ela suspirou enquanto limpava o mesmo. A ansia de vômito veio e ela fechou os olhos tentando não vomitar sobre as roupas de cama.

Carl ainda não havia voltado. Ele estava ajudando nas plantações, a pedido de Aaron. Então, ele nem sequer imaginava que a namorada estava passando por maus bocados dentro daquele quarto da enfermaria.

O corpo de April caiu no chão e ela criou forças para se levantar e caminhar até o banheiro, onde vomitou o sangue que inundava sua boca. O sangue negro manchou o vaso branco e ela se assustou ao ver a cor do mesmo.

A dor aumentou e seu pescoço ardeu, queimou como várias vezes em que seus poderes apareceram. O ar faltou em seus pulmões e ela tentou segurar o pote com sabonete acima dela, mas não conseguiu.

Ela iria morrer sozinha senão conseguisse ajuda de alguém.

Sem sua voz, ela apenas gemia, apenas balançava os braços enquanto o sangue negro deixava sua boca ainda mais.


Xiiii....
Votem e comentem amores

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora